"BIOGRAFIA"

 

"Vitalino Pinhal"

 

Vitalino Gomes Pinhal - Natural de Sesimbra - Nascido a 15/10/1941 – Aposentado. Foi marinheiro fogueiro, trabalhou por esta sua profissão 24 anos na antiga S.I.D.U.L. ex- fábrica de açúcar em Alcântara depois como o julgam com habilidade manual foi trabalhar para uma produtora de filmes como BESTE BOY.O ( o rapaz que faz de tudo um pouco) vive no Zambujal onde neste momento exerce o cargo de director responsável pelo pelouro da cultura num pequeno paraíso que eu próprio construí com as suas mãos. Desde tenra idade que a poesia lhe vai na alma. Assina os seus poemas como Vitalino Pinhal – pseudónimo “Mestre-Vita” .Diverte-se a cantar e a dançar. Tem um Blog / Mural no Facebook.

Actualmente é membro de “Confrades da Poesia” Amora

Não tem livros publicados.
 
Prova de vida

 

provado está que a vida é curta e bela
mas que se morre um pouco em cada dia
não queiras tu sem querer dar cabo dela
não discuta sorria.

queiras ser indulgente e confiante
seja a própria justiça quem te guie
e quando veres errar teu semelhante
não critique auxilie.

sejas calmo sereno recto e bom
faz da amizade a base o alicerce
tenta da tua voz não alterar o tom
não grite converse.

ponha o caso em si sempre que possa
deixe falar quem fala nem repare
e ouvindo a consciência amiga nossa
não acuse ampare.

Vitalino Pinhal - Sesimbra

 

 

 

VELHICE

Ser-se velho é muito triste
foi uma curta caminhada
foi ter tudo e não ter nada
é ir deixando o que existe

Foi deixar correr os anos
nesta vida que nos lacera
é deixar quem mais amamos
é deixar de ser quem era

É deixar nossa existência
ao julgamento Divino
foi um ganhar de experiência
foi caminhar sem destino

Ser-se velho é ser criança
é ter dores mas também calma
mas o que nos mais fere a alma
é perder-se toda a esperança

A cabeça embranquece
e o rosto fica enrugado
o nosso sangue arrefece
e á bengala encostado

Acaba-se a Primavera
e o sol já mais aquece
deixa-se de ser quem era
quando o homem envelhece.

Vitalino Pinhal 2-2-1989

 

 

Eu sou tu és ele é nós somos nada
Nesta forma temporal do verbo ser
Nós somos a esperança que teima em não morrer
Nós somos as trevas que m
orrem na alvorada

Nós somos rios que corre em labirinto
Que levam fétidas águas para o mar
Somos sonhos que não queremos recordar
Nós somos o facho apagado do Olimpo

Somos os detritos do Universo
Flores daninhas em solo degradado.
Somos sonetos sem um verso
Que fadistas cantam sem ter fado.

Somos um navio naufragado
De ondas construído em mar revolto
Nós somos um ermita solto
Presos num cofre violado

Nós somos vida e morte ao mesmo tempo
Somos a lei desta vida desregrada
Somos a bonança onde sopra o vento
Juntando os impérios do nada

Nós somos depósitos de emoções alegrias e dor
Somos a esperança sempre renovada
Porém sem a essência do AMOR
Eu sou, tu és, ele é nós somos NADA

Vitalino Pinhal – Lisboa

 

Perguntei o que era amor
ao meu velho professor
por causa do verbo amar
é num momento em que agente
pergunta inocentemente
ás vezes por perguntar

Porque será que o relógio caminha tão lentamente
quando dela estou ausente
e não ouço a sua voz
mas porém se estamos sós
caminha tão de repente

ouve-se a alma da gente
e o nosso pensamento
dá alegria e sofrimento
coragem força e medo
indiscrição e segredo
dá-nos paz e até tormento

aumenta-nos a tensão
cria-nos ansiedade
e o nosso coração
perde a sua lentidão
e bate com mais velocidade

aquele velhinho ouviu
olhou para mim e sorriu
e respondeu com afecto
amor só conheci um
substantivo comum
porque era um amor secreto

é um enigma misterioso
criado pela natureza
mas que um poeta famoso
num poema glorioso
o enalteceu com nobreza

muitos os escritores o falam
com mais ou menos calor
mas quantas bocas se calam
e no seu coração emalam
um lindo sonho de amor

 

17-10-1.984 assina Vitalino Pinhal - Sesimbra

Desgarrada

 

Não se conhece as origens
do nosso fado vadio,
mas até me dá vertigens
de o ouvir ao desafio

chamam-lhe de desgarrada
esta forma de cantar
é uma forma engraçada
outro estilo de brincar.

o fado nasceu do povo
cantado por invisuais
ao contrário do mundo novo
nesse tempo sem jornais

iam para as feiras de gado
cantar as desgraças sociais
e assim nasceu o fado
por não haverem jornais.

Vitalino Pinhal - Sesimbra

 

 

 

A vingança é um castigo
que corrompe o ser humano
mata-se o melhor amigo
muitas vezes por um engano

é chama de destruição
é orgulho é mau perder
são mil olhos de ilusão
que se recusam a ver

é dor que nos rasga o peito
que sem querer alimentamos
é algo muito imperfeito
é matar quem mais amamos.

a vingança é um mal
que nos deixa cicatrizes
que nos destrói a moral
e não nos deixa ser felizes.

neste mundo onde o amor
está tão próximo de acabar
seria muito melhor
se soubesse-mos perdoar

para que queres a vingança
se é mais bonito o perdão
faz com o amor aliança
entrega-te de coração.

 

Vitalino Pinhal - Lisboa

 

 

Deixa-me

Deixa-me ler no teu olhar
o que sentes no coração
diz-me que posso sonhar
e viver esta paixão

Deixa-me escutar a tua voz
quando chegas tão calada
faz-me sentir que estamos sós
só tu e eu minha amada.

Deixa-me sentir a tua ausência
faz-me sonhar a tua chegada
diz á minha consciência
que me queres de madrugada.

Deixa-me olhar-te de mansinho
sentir que queres ser minha amiga
diz que me dás teu carinho
para o resto da minha vida.

Deixa-me sentir o calor do teu abraço
o gosto da tua boca sem temor
diz-me que não há tempo nem espaço
que nos separem meu amor

Vitalino Pinhal - Sesimbra

 

 

 

Um mundo sem falsidade
seria um mundo melhor
no reino da lealdade
viveríamos com mais amor

 

Vitalino Pinhal  - Sesimbra 

 

 

 

 

Desabafos…

Nos cornos de muita gente..
sou uma dolorosa bandarilha,
mas para um marinheiro inteligente
eu sou uma larga escotilha.

Mestre-Vita...(ex marinheiro)… mas toureiro no activo.

 

 

Quadras soltas do Mestre-vita

Se a morte me vier buscar durante o sono
Se da minha boca a voz já não sair
Aqui morrerei como cão sem dono
Sem um afago teu poder sentir

Mas se poder gritar teu nome eu chamo
E ao mundo pedirei perdão
Assim saberás quanto te amo
E que a nossa vida não foi de todo em vão.

 

 

Vitalino Pinhal – Sesimbra

 

"CONFRADES DA POESIA"

www.osconfradesdapoesia.pt