"BIOGRAFIA" |
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"Tito Olívio" |
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Falecido em Outubro de 2024 |
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TITO
OLÍVIO HENRIQUES
nasceu na Freguesia de Vila Cova do Covelo, concelho de Penalva
do Castelo, distrito de Viseu, a 23 de Março de 1931.
Foi para Lisboa com 3 anos de idade, onde fez a instrução
primária na Escola de S. Sebastião da Pedreira, o curso liceal
no Liceu de Camões e a licenciatura em engenharia civil no
Instituto Superior Técnico, tendo iniciado a vida profissional
em 1958, depois de ter cumprido o serviço militar na Escola
Prática de Artilharia, em Vendas Novas, e no Regimento de
Artilharia Pesada 1, em Sacavém, de onde saiu com a patente de
alferes.
Como engenheiro civil, trabalhou nas seguintes empresas:
Construções Técnicas, Lda (Lisboa) - Júlio Cismeiro, Lda
(Coruche) - Fábrica de Cimento Tejo (Alhandra) - Engil, Lda
(Faro, Olhão, Tavira e Portimão) e nas Câmaras Municipais de
Portimão e de Silves, bem como nos Serviços Municipalizados de
Silves. Paralelamente, trabalhou sempre em regime de profissão
liberal, tendo elaborado projectos, feito construções e dirigido
obras. Actualmente está reformado da função pública, como
técnico superior da Direcção-Geral dos Recursos Naturais, tendo
desempenhado as funções de Director dos Serviços Regionais de
Hidráulica do Guadiana, em Faro. Foi Professor do ensino técnico nas Escolas de Silves e de Faro e do ensino liceal no Liceu de Faro. Licenciou-se em Sociologia, no lnstituto Superior de Ciências de Trabalho e da Empresa, em 1981, tendo vários trabalhos publicados nas áreas de sociologia da educação e de sociologia política. É membro da Associação Portuguesa de Sociólogos e da respectiva Secção de Sociologia Política. Vive no Algarve desde 1960, onde se dedicou à prestação de diversos serviços graciosos, de carácter sócio-cultural, nomeadamente no Boa-Esperança Atlético Club Portimonense, onde elaborou o projecto do segundo piso do seu edifício-sede, de que é sócio honorário, na nova sede da Casa dos Rapazes, em Faro, onde elaborou o projecto de estabilidade para um projecto que veio a ser substituído mais tarde, no Refúgio Aboim Ascensão, onde elaborou diversos projectos para a ampliação da Instituição, na Delegação de Faro da Cruz Vermelha Portuguesa, onde foi responsável pela fiscalização técnida das obras de restauro do Teatro Lethes, em Faro. Foi Vice-presidente da Assembleia Geral do Cine-Clube de Faro, Presidente do Sporting Club Farense, Secretário da Comissão Distrital de Árbitros de Faro, presidiu à Comissão Administrativa do Sport Faro e Benfica, de que veio depois a ser Presidente da Assembleia Geral. Da Associação de Xadrez de Faro, que não chegou então a funcionar, foi o primeiro Presidente. Foi Secretário da Delegação de Faro da Cruz Vermelha Portuguesa, Presidente do Rotary Club de Faro e Presidente da Comissão Distrital dos Serviços à Comunidade do Distrito Rotário 196, Presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários de Faro, Mesário da Santa Casa da Misericórdia de Faro e Vereador da Câmara Municipal de Faro, onde foi Presidente da Comissão de Arte e Arqueologia e Presidente da Comissão das Festas da Cidade. Foi o autor dos Regulamentos de Distinções Honoríficas da Câmara Municipal de Faro, dos Bombeiros Voluntários de Faro e dos Bombeiros Municipais de Faro, sendo também autor dos desenhos das respectivas medalhas da edilidade farense. Colaborou, desde os 20 anos, em jornais diários e regionais, publicou vários livros, em verso e em prosa, e obteve diversos prémios em Jogos Florais do País e do Brasil, tendo um romance inédito a que foi atribuída a única Menção Honrosa do Prémio Eça de Queiroz-91. É Prémio Cidade de Olhão, em prosa. É técnico-voluntário do Refúgio Aboim Ascensão e membro da Sociedade Histórica da Independência de Portugal. É membro efectivo da Academia Brasileira Virtual de Letras e da Academia Virtual TóKandar (Brasil-Portugal). Nesta última, tem 3 livros virtuais na Biblioteca. É presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Jornalistas e Escritores do Algarve (AJEA), dede 1998. A Cruz Vermelha Portuguesa, em 1973, agraciou-o com a Medalha de Louvor. É Membro de: - Academia Tókandar; Portal Cen;AJEA;Rotary International (Rotary Club de Faro);APP;AVBL e outros... É membro de "Confrades da Poesia" |
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BIBLIOGRAFIA: | |
Livros em versão
electrónica:
O ABRAÇO AZUL- CONTOS- PARA
QUÊ, HELENA? -Poemas
Floridos no Lago de Ti; Quando acaba o Infinito
Livros em versão de
papel:
O Romance do Homem Solitário-
Sonetos Proibidos e Outros Poemas- Roteiro do Algarve-
Divisão Administrativa do Algarve- Algures... Alguém- A
Democracia que temos-Contradições da Democracia- Cantata
para um corpo-Formas de fumo-A Gota de Água-Flor de Luz-Ode
a Penha Garcia- Justiça Social-Sombra Desfeita- A Cauda do
Cometa- Lenda do Moliceiro- Guia Prático do Poeta-E
Agora?...- Os Anos Dourados do Volfrâmio-Mudar é preciso-
Diabruras da Minha Pena;
O ABRAÇO AZUL - Poemas; OBRA POÉTICA - Poemas e
Pinturas; ANTIGO TESTAMENTO (Versão Reduzida) - Vol. 1 e
Vol. 2 - POSTAIS DA SERRA – Crónicas; JANELA ABERTA -
Poemas; POEMAS FLORIDOS NO LAGO DE TI - Poemas; QUANDO
ACABA O INFINITO - Poemas
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Site: -
http://titolivio.no.sapo.pt/
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ABJURO
Abjuro,
tal como Galileu...
só que eu sou mortal
e ele não morreu.
Abjuro,
porque o amor é uma farsa,
onde cada comparsa
diz o que não sente,
porque a verdade não existe
e apenas subsiste
tudo o que se mente.
Abjuro,
mas, tal como Galileu,
continuo a ser eu.
O ABRAÇO AZUL
Não pode ser azul um terno abraço,
Nem de nós está longe quem amamos,
Se o vento nos lembrar e nos lembramos
Que já fomos azul no mesmo laço,
Na descorada cor da mesma boca,
No quente entrelaçar das mesmas coxas,
No abandono total das almas frouxas,
Na fome de mil beijos sempre pouca.
Não pode ser azul. Se for desejo,
Se for carinho e for também amor,
Poderá ser abraço ou ser um beijo,
Mas não será azul, pois não tem cor.
ALMA PISADA
A minha alma esfarrapada
espalhou-se na calçada.
Pisa e repisa quem passa
sem lhe emprestar atenção.
Pisa, repisa e repassa
quem passa na contra mão.
Quem passa, passa apressado
segue noutra direcção,
mas no pisar descuidado
leva tudo de roldão.
Quem passa pisa e repisa,
porque ora vem ora vai,
passa e repassa, desliza,
quase voa, mas não cai.
E a alma já destroçada
mais destroçada ‘inda fica,
pois cada pé na calçada
pisa, pica e repenica.
Minha alma, triste, dorida,
pode ter muita mazela,
pode ser alma despida,
ficar nua de farpela,
pode ser coisa mesquinha,
que ninguém se digna olhar,
como uma altiva rainha
a quem não deixam reinar.
Repassa, pisa e repisa,
repica e torna a picar,
pisa, repassa e desliza.
Todos a calcam aos pés.
Todos a podem pisar,
agora que está no chão,
mas, tu... pisá-la outra vez?...
Isso não! Isso é que não!
A CAUDA DO COMETA
Qual planeta, girei cortando o espaço, sedento por um beijo e um abraço, em órbitas de luz nos céus perdidas, por entre meteoritos deslizantes, mas Lua e Sol não podem ser amantes, pois Deus lhes fez as rotas desunidas. Tu, que eras bola em fogo refulgente, ficaste em pó e gelo, de repente, seguindo outro percurso, novo rumo, em busca de galáxias de outras eras, e eu, pobre astro de núcleo de quimeras, segui teu rasto de poeira e fumo... Quisera ser estrela... e ser poeta, e não passo de cauda de cometa!... |
A MORTE DO POEMA
Meu poema jaz ali na pedra fria. Descansa em paz!... Agora terminou O longo sofrimento da agonia. O meu único irmão... e se finou... Na nave escura, tecto abobadado, Pilares com recorte rendilhado São fantasmas vestidos de brancura. Nos altares dos santos tremeluz Quente suor das velas feito luz, Caindo sem ruído, com brandura. Ninguém te trouxe flores. Não. Ninguém... Sobre o teu corpo, vindo dos vitrais, Um raio colorido se mantém, Mas é o sol filtrado. Nada mais. Só eu e ele tens por companheiros Nestes tristes momentos derradeiros. Não ponhas na saudade a esperança, Que as juras que se fazem são mentira! Mesmo depois de morto, há quem te fira E a asa da indiferença nos alcança... Tudo é sereno e mudo. Tudo é quedo. Pesa o silêncio sobre a catedral. Trémulos, os anjinhos sentem medo E espreitam o vazio cadeiral. Nossa Senhora, no arco do altar-mor, Mostra nas sete espadas sua dor. Nem o soturno vento por lá passa, Silvando pelas frinchas do telhado... Lá dentro, o tempo está como parado, No respeito devido a tal desgraça. E eu pedi que viesse um vendaval Para abrandar meu grande sofrimento. Tornasse o adro a chuva um pantanal, Repicassem os sinos com o vento... Voasse do telhado a telha velha - essa telha que em nova foi vermelha E se cobriu de musgo, esverdeou... - Caíssem raios como gotas de água... Sofresse a Natureza a minha mágoa Para sentir a dor que me ficou!... Deus não me ouviu... e foi melhor assim, Que a dor dos outros não abafa a minha! Rezem-te os anjos suave ladainha E guardem-me este fel só para mim!... INGRATIDÃO Quando o raio cortou a noite escura, Desflorando a dor de tantos medos, Girava a minha luz em vã procura Para afugentar os barcos dos rochedos. A tua barca branca, solitária, Zurzida pelas vagas da procela, Trazia rota a proa mercenária Do vento da desgraça e solta a vela. A luz do meu farol foi um aviso E fosse só por sorte ou por mestria Guinaste para a praia, duro piso, E ali ficaste, exausta, até ser dia. Beijei os teus cabelos noite fora, Irmão da tua dor, tua desdita, Sentindo que acalmavas, hora a hora, E te dava o que a mágoa necessita. Veio a manhã radiosa, resplendente, Na bonança que segue a tempestade. Olhaste então o céu... E no silente Mar voltaste a sonhar a liberdade. Rumaste ao horizonte indefinido A bússola nos olhos, pachorrenta, O lindo rosto aberto, em sal curtido, Em busca de um ocaso de magenta. Foste-te embora assim, aura de sonho, Nas dobras do desdém, na dor agreste Que vestiu o farol, triste, bisonho... Partiste assim... e nem adeus disseste!... ESTOU AQUI Estou aqui sentado no vazio dos sonhos que nutri e nunca realizei, de tudo o que aprendi e já não sei. |
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"CONFRADES DA POESIA" |
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