"BIOGRAFIA"

"Teresa Primo"

 

«Poesia é a música da alma»

Domingas Teresa Primo – literalmente “Teresa Primo”- natural de Mértola por isso é uma “Alentejana de gema”. Contempla a vida com 58. Licenciou-se em direito e o gosto pela escrita, principalmente poesia sempre a acompanhou.
Normalmente, escreve sobre si. Transpõe para a escrita os seus sentimentos os seus “sentires”.
Editou em 2005 um pequeno livro de poesia denominado precisamente “Sentires”.
Mulher irreverente, determinada cheia de medos e muitos sentimentos de revolta.
Amiga do seu amigo, contudo, não suporta injustiças nem faltas de respeito. Dedicada às artes da pintura e amante da natureza. Tem na música o seu relaxe. É fã da “Radio Confrades da Poesia”.
É membro de “Confrades da Poesia” – Amora / Portugal
 
BIBLIOGRAFIA:

“Sentires”

 
 
És o sol que me aquece

 

És o sol que me aquece
A água que me alimenta
O sal que me tempera
A árvore que me suporta
O mar onde navego
A boca que me beija
A mão que me acarinha
A cama onde me deito e descanso
O corpo onde me aconchego
És o meu porto de abrigo
Ombro amigo e companheiro das horas boas e más
És tudo para mim.

 

Teresa Primo - Lisboa

 

 

 

 

 

Meio século de vida

 

 

Meio século de vida
a um quarto da partida!
Aprende-se a cada momento
neste curto espaço de tempo!

Aprende-se o bem e o mal
a dizer sou capaz!
Avançar sem medo
desbravar novos caminhos
enfrentar desafios!
Chorar quando é preciso
amar e ser verdadeiro
darmo-nos de corpo inteiro
fazer o bem sem olhar a quem
dizer não também!
Saber que não somos eternos
todos viemos do mesmo!
Ser hipócrita ou malvado
de nada ou pouco serve, porque no dia da partida
todos vão na medida, para o mesmo lugar!
Sejam ricos ou pobres, ali não há distinções
todos vão no carrilhão pela mão do cangalheiro
quer tenham pouco ou muito dinheiro!

Tudo fica nada resta!
Por isso, neste meio século de vida
vi montanhas a cair, telhados a desabar
caras velhas mal lavadas
invejas cheias de nada, mundo de desilusão
Caricias na minha mão, amargura sofrimento
e no fim de cada tormento, alvorada de um novo dia
por isso, até me arrepia este mundo de ilusão
hipocrisia, ingratidão, falsas amizades
e, sentir na verdade que nada da terra levamos
por isso, passar cada dia com imensa alegria
sem maldade era o melhor, mas se não for possível
pensar que falta um quarto de vida para o dia da partida.

 

 

Teresa Primo - Lisboa

 

 

 

Somos números não pessoas

 

Somos números não pessoas
neste mundo cão
podem tirar-me tudo
mas, não me tiram a razão!

Que falta de atitude
dignidade ou magnitude
não sabem o sabor da verdade
não conhecem a virtude!

Vergam-se perante o poder
em troca de um pouco de nada
humilham quem os desafia
no fio de uma navalha!

Um dia virá o dia
em que tudo será diferente
somos números não pessoas
números não somos gente!

Abomino injustiças
a falta de lealdade
hipocrisias, cegueira
quem não fala verdade.

Podem-me cerrar as portas
á miséria chegar
não me cortarão a palavra
neste mundo de cão!

 

Teresa Primo - Lisboa

 

Ladram os cães e as cadelas

 

Ladram os cães e as cadelas
O rebanho vai atrás
à frente o maioral
com cara de capataz!

O rebanho acomodado
Segue o rumo a direito
Sem nunca fazer desvios
Levam tudo a preceito!

Escondesse a matilha
Prás presas agarrar
não se desviam do caminho
já não conseguem andar!

O rebanho está vencido
de tanto caminho percorrer
faminto e sem agasalhos
a esperança a desaparecer!

Heis que de repente
uma ovelha tresmalhada
sai do rebanho bulindo
já não aguento mais nada!

De repente o rebanho a seguiu
desafiando toda a matilha
estavam fartas de tanta promessa
já não queriam estar na fila!

Depressa os cães e as cadelas
mais os lobos foragidos
perceberam que aquilo era a sério
seria melhor ficarem escondidos!

O rebanho já avisado
bloqueou-lhes o caminho
agora todos juntos
não lutavam sozinhos!

Os lobos assustados
quiseram logo negociar
mas o rebanho não deixou
não se deixariam levar!

Cercaram todos os lados
lá por bandas do covil
amarraram todos os lobos
foram todos para o canil.

Ficaram a pão e água
triste sina, murmuravam
não estavam habituados
à forma como os tratavam.

Não conheciam o que era passar fome
frio ou poucas comodidades
Iludiam todo o rebanho
para viverem à vontade.

Finalmente, o rebanho
ter-se-ia apercebido
que juntos muita coisa mudaria
podiam-se libertar!
Vencer a tirania!

Ladram os cães e as cadelas
O rebanho vai atrás
não importa qual a ordem
mudou o capataz!

 

Teresa Primo - Lisboa

 

 

Amigo

Ser amigo é ser alguém
que nos abriga dá carinho
nos fala e sente connosco
aquilo que sente sozinho!

Ser amigo é estar presente
sem olhar dia ou hora
chegar no momento certo

depressa sem demora!

Ser amigo é saber ouvir
não recriminar depois
deixar bem guardado
o falado a dois.

Ser amigo é ser leal
verdadeiro e desapegado
dar tudo o que tem
estar quando for chamado!

Ser amigo é quem nos sente
quem nos ama e dá conselhos
nos ensina e repreende
aceita o ser diferente!

Teresa Primo –  Lisboa

 

 

Sou tronco forte que me amarra à vida

 

Sou tronco forte que me amarra à vida
Regada pela seiva da determinação
Raízes fortes de lutas
Filha da terra do chão!

 

Tronco forte, resistente
Às amarguras do tempo
cansada e cheia de rugas
Por tamanhos contratempos!

 

Tornei-me forte pelos rigores
dos ventos e tempestades
Dei filhos muita sombra
Preguei grandes valores!

 

Sou tronco forte que me agarra à vida
tronco onde cresci prematura
não conheço os sonhos de menina

Leves laços de ternura.

 

 

Teresa Primo - Lisboa

 
 

"CONFRADES DA POESIA"

www.confradesdapoesia.pt