"BIOGRAFIA"

 

"Paco Bandeira"

 

Paco Bandeira - Cantor português, nasceu a 2 de maio de 1945,

na cidade de Elvas.
Aos 14 anos foi para Espanha e lá iniciou a sua vida artística como vocalista e guitarrista dos Cuban Boys. Durante cinco anos, desenvolveu trabalho como locutor de rádio da estação regional Extremadura-Badajoz da rádio S.E.R.

Após o cumprimento do serviço militar em Angola, durante três anos, começou a cantar a solo em português a partir de 1972, tendo surgido a oportunidade de trabalhar com a fadista Hermínia Silva no seu Solar da Hermínia.

O seu primeiro êxito foi o tema "A Minha Cidade" (também conhecida por "Ó Elvas, Ó Elvas"), seguindo-se "É Por Isso Que Eu Vivo", "Onde O Sol Castiga Mais", "Ceifeira Bonita", "Os Ferrinhos, O Adufe E A Guitarra", e "Amigos, Amigos". Durante a década de 70, o seu sucesso levou-o aos palcos de várias comunidades portuguesas por todo o mundo.

Em 1982, editou o álbum Malhas, Malhões E Outras Canções, com arranjos de Pedro Osório. Este trabalho foi apresentado ao vivo no programa da RTP A Vez E A Voz (1984). Em 1987, publicou o álbum Com Sequências, cujas letras ficaram a cargo de Pedro Bandeira Freire.

Esteve na origem da União Portuguesa de Artistas de Variedades, de que foi membro, e, em 1992, um conflito com a Sociedade Portuguesa de Autores levou à sua demissão da mesma.

Nos anos 90 destacaram-se álbuns como Aqui Para Nós (1992) e Cantigas Entrelaçadas (1994). Durante esta fase, teve a seu cargo a direção musical das telenovelas "Os Lobos", "Filhos do Vento", "Vidas de Sal", "Primeiro Amor" e "Roseira Brava".

Em 1995 apresentou o programa "Cantares de Amigo" na RTP2 e, em janeiro de 98, participou no espetáculo da primeira transmissão da RTP África.

Em 1998, no encerramento do IV Festival Internacional de Vídeo de Oeiras, sob a direção musical do Maestro Pedro Duarte, surgiu ao lado de Manuel Freire, Lúcia Moniz, Samuel, Carlos Mendes e Joaquim Pessoa no trabalho musical intitulado "Pelo Sonho é que Fomos".

É conhecida a sua relação próxima com a política, com a qual costuma envolver-se musicalmente. Chegou a compor um dos hinos do Partido Socialista. Em 1998, ficou conhecido o seu envolvimento na campanha pela regionalização.

O cantor tem estado afastado das edições discográficas, apesar de manter uma presença assídua nos principais palcos portugueses. Noutro âmbito, Paco Bandeira viu-se enredado na polémica do ISAM (Instituto do Som, Audiovisual e Multimédia), de que foi criador e principal responsável, acusado pelos alunos de práticas menos transparentes.

Actualmente é membro de "Confrades da Poesia" Amora / Portugal

 
 

Sites e Blogs:

https://www.facebook.com/paco.bandeira.3
 
 
 

A Mulher É Como Um Livro

 

A mulher é como um livro

Antes de se folhear

Tem beleza, tem doçura

Que mistério tem no olhar

Mas depois do livro lido

O livro não presta mais

A não ser que haja um motivo

Que faça voltar atrás

A não ser que haja um motivo

Que faça voltar atrás

 

Eu tive um livro tão lindo

Um livro que li tanta vez

Um livro que me roubaram

Um livro chamado Inês

E as páginas desse livro

Já não voltarei a ler

Porque esse livro que adoro

Tem por dono um outro ser

Porque esse livro que adoro

Tem por dono um outro ser

 

Li tantos livros na vida

Cada livro é uma lição

São livros que não me importam

Livros em segunda mão

Mas esse livro que eu amo

E a outro ser faz feliz

Que não se esqueça jamais

Fui o primeiro que eu li

Que não se esqueça jamais

Fui o primeiro que eu li

 

Paco Bandeira - Montemor

 

É por isso que eu vivo

Paco Bandeira

 

Eu sou a palavra lavrada e aberta

Eu sou a raiz

Eu sou a garganta de um homem que fala

E sabe o que diz

Eu sou o silêncio das trevas que penso

Das coisas que digo

Sou filho do tempo sou fúria do vento

Sou força do trigo

 

Ai eu sou terra sou mágoa

Sou vento sou água

Sou princípio e fim

Ai não me afoguem o pranto

Não me rasguem o canto

Não me arranquem de mim

Ai se eu pudesse ser tudo

Ser morto ser vivo ser fogo ser linho

Ai se eu pudesse se corpo ser alma

E ser fruto ser pão e ser vinho

 

Eu sou a semente que morre e se queima

E não chega a nascer

Eu sou o poeta que nasce na terra

Com tudo a dizer

Se digo e se canto se falo se mordo

Se farto é por mim

Eu sou a demora do tempo que espera

Por dentro do fim

 

Ai a distância que vai

Do celeiro ao tear

Do cantor ao ceifeiro

Ai a diferença que tem o

Luar quando vem

Sob o céu de janeiro

 

Ai como sinto vontade

A lavrar o meu corpo

E a secar meu pranto

Ah como sinto a verdade ceifando o meu trigo

Rondando o meu espanto

 

E é por isso que eu digo

Que sou forte e estou vivo

E é por isso que eu sigo

E é por isso que eu canto

 

Eu sou terra sou mágoa

Sou vento sou água sou

Princípio e fim

 

Paco Bandeira – Montemor-o-Novo

 

 

 

Tu aí

 

Tu aí!
Que estás parado aí
À espera que o futuro te venha buscar
Para te livrar de ti
Tu aí!
Que andas sempre a pedir
Aquilo que devias dar, a Deus
Ao mundo aos outros e a ti.
Ainda não viste nada e já o olhar te cansa
Ainda nem sabes o universo que há em ti
Sem movimento não haveria luz nem força
Sem movimento nem haver havia aí
Tu aí!
Levante-te e sorri
Olha que o futuro se faz caminhando
E não ficando aí
Anda lá
Levanta-me esse olhar
Anda a ver Gaia
O Gaia que te espera, mas não espera por ti
Ninguém se perde dizes tu tudo é caminho
Ninguém se encontra digo eu sem caminhar
O futuro não existe meu amigo
Faz se futuro quando se começa a andar

 

 

Paco Bandeira – Montemor-o-Novo

Batalha Povo

 

Eu hoje sou barco

Subindo manhãs

Sou remo lançado

No rio de amanhã

Sou campo e cidade

Sou mão que esqueceu

De acenar saudades

E dizer adeus

Eu sou a maré nova

Na praia velha

Trago de liberdade duas mãos-cheias

Sou força do trabalho que se semeia

Sou o estandarte novo

Desta muralha

Sou a batalha-povo

Que em mim se ganha

Pão que por mim se ceifa

E em mim se espalha

Sou campo desperto

Que encara de frente

Sou um sol do tamanho

Do corpo da gente

Sou gesto e palavra

Poeta, soldado

Sou terra lavrada

Por fúrias e arados

 

Paco Bandeira - Montemor

 

 

 

Óh Elvas Ó Elvas

 

Eu nasci no Alentejo
À beira do Guadiana
Sinto orgulho quando vejo
A paisagem Alentejana!

Uma malta da cidade
Chamou-me de provinciano
Eu tenho grande vaidade
De ter nascido alentejano!

Eu nasci no Alentejo
À beira do Guadiana
Sinto orgulho quando vejo
A paisagem Alentejana!


Ó Elvas, ó Elvas
Badajoz à vista.
Sou contrabandista
De amor e saudade
Transporto no peito
A minha cidade.
A minha cidade.
A minha cidade.

 

(4 vezes)

 

Paco Bandeira – Montemor

 

 

 

 

AI MÃE DOS MEUS AIS

 

Oxalá…que o futuro não aceite

O mundo que a gente criou

Oxalá…que o meu neto seja forte

E rasgue a herança que eu sou

 

Para que a vida se festeje...

Cada terra ser ouvida

Ai... Mãe dos meus Ais

Que tais filhos geraste...

Aonde vais...

 

Oxalá…amanhã seja domingo

Para todos os homens igual

Queira Deus que amanhã haja concerto

E paz no Universo Total

 

E que o homem esteja certo

Nos relógios do tempo

Que o Deus natural possa ser adorado

Em paz em nós

 

Oxalá…que o desnorte não alcance

O irreversível após

Queira Deus que o abismo não se torne

No único espelho final

 

Pra que a vida se respeite

Cada terra ser ouvida

Ai Mãe dos meus Ais

Que tais filhos geraste

Aonde vais...

 

Musical… Oxalá…

 

Pra que a vida se respeite

Cada terra ser ouvida

Ai Mãe dos meus Ais

Que tais filhos geraste

Aonde vais...

Oxalá…

 

 

 

Paco Bandeira - Montemor

 

 

 

"CONFRADES DA POESIA"

www.confradesdapoesia.pt