"BIOGRAFIA" |
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"Nogueira Pardal" |
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José Nogueira Pardal nasceu em Aljustrel
a 1938 e vive na Verdizela. Com apenas 13 anos já escrevia quadras
que dedicava aos seus amigos do colégio. Com esta idade subiu pela
primeira vez a um palco, para recitar um poema de Miguel Torga. BIBLIOGRAFIA: Farrapos Duma Dor, poemas (1958), Contos da Mina, contos (2005). Está representado em dois cadernos na colecção Index Poesis, os números 18 e 33. Email: nogueira.pardal@gmail.com |
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O SILÊNCIO
DO POETA
Tudo sonhei e
nada construí,
Tudo inventei
e não inventei nada,
Tudo quis e
perdi, sorte malvada,
Ou sorte do
poeta que nasci.
Sonhei poemas,
nunca os escrevi,
Sonhei amores,
nunca tive amada,
Sonhei a vida
na desesperada
Esperança de
viver, e não vivi.
O ser poeta é
este triste fado
De viver e
morrer amargurado
Em busca do
soneto nunca escrito?
Ou ser poeta,
é inventar a dor
De viver da
saudade e do amor
Cantando o que
se cala num só grito?
MIUDO DA RUA É um jovem, ainda uma criança Mas queria ser homem de verdade, Não enfrentar a dura realidade Dos jovens sem família e sem esperança. Do pai existe apenas a lembrança Dum homem que morreu na mocidade, Da mãe-amor-carinho, só saudade, Saudade que é um fardo que não cansa. Ficou só, na cidade que o rejeita E rouba o pão que a vida lhe roubou, Já que esmola não quer em sua mão. Nos bancos de jardim é que se deita... E o poeta que um dia o encontrou Outro dia, irá vê-lo na prisão! |
CANTO FINAL
Dizia o meu
amigo Clarimundo,
Com a velha
esperteza alentejana:
Um homem
quando é homem não se engana
E vive a vida
sempre até ao fundo,
E com o amor
mais puro e mais profundo
Que se vive na
pátria lusitana,
Faz jus à sua
condição humana
E pontapeia a
bola que é o mundo.
E tudo isto
faz sempre de pé
E tudo isto
faz com muita fé
A fé que eu
tenho mesmo sendo ateu!
Foi poeta por
dom ou por castigo
Mas já não
fala mais o meu amigo
Pois soube
mesmo agora que morreu!
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"CONFRADES DA POESIA" |
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