"BIOGRAFIA"

"Natália Fernandes"

 
Natália Parelho Fernandes nasceu a 12 de Novembro de 1944, em Torre das Vargens, concelho de Ponte de Sor.
É sócia da Associação Portuguesa de Poetas e do Círculo Nacional D`Arte e Poesia.
É membro do Núcleo de Arte de Riachos onde participa habitualmente nos Encontros e nas actividades do grupo da Poesia. Aderiu também, como membro de “Confrades da Poesia” – Amora / Portugal
Actualmente tem dois livros publicados. Participou em várias Antologias Poéticas e colaborou com variadíssimos jornais e algumas Rádios. Actualmente colabora com "Ecos do Sor", "Diário do Sul" e "O Almonda" e teve um programa semanal intitulado " Palavras Necessárias" na R. T. L. que entretanto terminou.
Estudou Filosofia e Psicologia na Universidade Sénior de Torres Novas.
É autora de letras para canções infantis, com alguns primeiros e segundos lugares. Participou em vários Jogos Florais e Concursos de Poesia, onde conquistou alguns primeiros Prémios, entre muitos outros.

 

Bibliografia:

“Veredas da Alma” ; “Poesias de Mim” 
 
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CÂNTICO MAGOADO...

 

Mergulhei as palavras num cálice amargo,
aprisionei o meu "canto" num canto sem dó,
deslizei por caminho escuro, incerto e vago,
pranteei minhas penas num cântico só.

Envolvi os pedaços do meu "canto" contido
num silencio triste, imposto e forçado
onde paira choroso, em interregno, reprimido
e cadência dolente de um sonho aprazado.

Miragem distante,,,leve som esvaecido
o tanger desse "canto" por mim afastado,
sendo breve sussurro, um eco perdido,
o meu cântico só, controverso, magoado.

Natália Fernandes – Portalegre

 

 

 

 
GRITO NO SILÊNCIO...
 
 
 
O silêncio é por vezes tão profundo
que a revolta aflora meu olhar,
os espectros já donos do meu mundo
se aproximam a querer dialogar...
 
P'ra eles meu ser é chão fecundo
e é melodia meu triste soluçar,
mas se amordaço meus gritos cá bem fundo
como posso no silêncio caminhar?...
 
Já tão carente vou buscar a minha voz
que vai correndo às vezes tão veloz
que ao escutá-la a sinto inoportuna.
 
Mas se o silêncio é fel tão ruim
eu grito nem que seja só p'ra mim
e qualquer som, passa a ser grande fortuna.
 
 
 
Natália Parelho Fernandes – Portalegre
PAI

 

Pai, foste um padrão de bondade e tolerância,
rosto curtido, conversação grata e amena,
heróe tutelar, companheiro na minha infância,
sábio, sonhador, alma pura , nobre e serena.

Pai, sinto a saudade, nesta já longa distância,
dessa figura que ao longe ainda me acena,
brisa suave que passa...doce fragrância
que o tempo esvai e tenuemente apequena.

Pai, tentei seguir o rumo que tu traçaste
e não esquecer aquilo que me ensinaste,
cruzando trilhos, na vida os mais diversos.

Por tua graça eu hoje aqui estou
e perdoa, se é tão pouco o que te dou
com a rima emocionada destes meus versos.

Natália Parelho Fernandes - Portalegre

 

 

 

TORRENTE INQUIETA
 
 
Sou torrente enlouquecida
sem saber p'ra onde vai,
correndo louca, perdida,
num delírio que se esvai.
 
Essa corrente se espraia,
é turbulento caudal,
nesse correr talvez caia
num precipício final.
 
Esse rio impetuoso
vai correndo, doloroso,
indo sempre sem parar.
 
Suas águas tortuosas
deslizando, revoltosas,
não sei onde vão levar.
 
 
 
Natália Parelho Fernandes - Portalegre
 
 
 
 

"CONFRADES DA POESIA"

www.osconfradesdapoesia.com