"BIOGRAFIA" |
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"Miraldino Carvalho" |
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Falecido a 31/12/2020 |
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Miraldino
Manuel Soares de Carvalho, nasceu em São Cristóvão
(Montemor-o-Novo) a 16 de Março de 1937. Foi durante a Infância que
tomou conhecimento da traça poética, quando durante os serões de
Inverno, ouvia à lareira as pessoas declamar quadras, versos e
prosa. Desde então adquiriu o gosto pela poesia e, aos 16 anos,
compôs os primeiros versos dedicados à namorada. Até aos 21 anos foi
trabalhador rural e depois de ter cumprido o serviço militar
ingressou na Siderurgia Nacional, onde aprendeu a ser maquinista de
gruas e se manteve até 1967. |
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Vido Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=4_6TITseRTQ | |
UMA ÁRVORE ENVELHECIDA Mote Uma árvore envelhecida Um certo dia caiu No mesmo sítio nasceu Outra que floriu I No dia que ela caiu Abandonada pelo vento Causou certo lamento A muita gente que viu O lugar ficou vazio Já era de pouca vida Sua raiz foi colhida Estava velha e doente Não deu fruto nem semente Uma árvore envelhecida. II No mesmo sítio ficou Outra mais produtiva Assim ali se cultiva Naquele lugar se plantou Esta assim se formou De outro modelo e feitio A outra não tinha brio Por ser velha demais No tempo dava sinais Um certo dia caiu. III Este lá uma oliveira Árvore muito conhecida Fez a sua despedida Depois da vida inteira Veio duma terra da beira Mas cá se desenvolveu O fruto que ela deu Não era o desejado Outra ali ao lado No mesmo sítio nasceu. IV A outra que ali nasceu É de outra qualidade Dá fruto em liberdade Já muita gente comeu No tempo ela cresceu Da outra se distinguiu No tempo conseguiu Veio para ficar Naquele mesmo lugar Outra que floriu. Amigos quando arranjares (Décima) Mote Amigos quando arranjares Não contes o teu passado Quando o amigo se perder Tu verás o resultado I Quando na vida se está bem Na maneira de viver Logo procuram saber De que lado é que te vem Por isso nunca convém Passes lá o que passares No dia dos teus azares Se lhes pedires ajuda Às vezes tudo se muda Amigos quando arranjares II Em casa ou no emprego Na rua ou no café Ou vizinhos ali ao pé Não contes o teu segredo Não é que tenhas medo É um direito sagrado Guardar não é pecado Não contes as mentiras Às outras criaturas Não contes o teu passado III Tudo o que for falado Depois se faz notícia Às vezes com a malícia Aonde não é esperado Depois ficas admirado Quando te vêm dizer É sempre bom conhecer É uma realidade São as regras da verdade Quando o amigo se perder IV Se um dia tiveres a sorte No jogo seres premiado Tu és logo procurado Por um amigo mais forte Dão-te logo outro porte Logo te pedem emprestado Amigos por todo o lado Eles nunca faltaram Aprende esta lição Tu verás o resultado |
ESTE HOMEM VAI FALAR
Mote
Este homem vai falar
Tem muito para dizer
Lembranças de um passado
Que não consigo esquecer
I
No monte aonde nasci
Muito longe da aldeia
Comia à luz da candeia
Foi lá que eu cresci
Mocidade não vivi
Cedo fui trabalhar
Assim não pude estudar
Por falta de condições
E por estas razões
Este homem vai falar
II
Eu não tinha profissão
Era trabalhador rural
Era a base principal
Para ganhar o meu pão
Em qualquer ocasião
Muito eu tinha que fazer
Não podia responder
Às ordens que recebia
Era assim que eu vivia
Tenho muito para dizer
III
Trabalhava todo o ano
Férias nunca havia
Não tinha uma garantia
Para fazer um plano
A vida era um engano
Era assim em todo o lado
Sentia-me escravizado
E não podia falar
Tinha que me sujeitar
Lembranças de um passado
IV
Transporte não havia
Para me poder deslocar
A pé tinha que andar
Algumas vezes corria
Era assim o dia a dia
Ninguém queria saber
Levei a vida a sofrer
Sem nada a meu favor
Lamento a minha dor
Que não consigo esquecer
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"CONFRADES DA POESIA" |
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