"BIOGRAFIA"

"Maria Felicori" «Vó Fia)

 
Maria Aparecida Felicori – ( Conhecida pelo pseudónimo de «Vó Fia» ) - Nascida a 24 de Junho de 1927; Nepomuceno, Minas Gerais / Brasil
Casada e mãe de quatro filhos. Gosta de música clássica e bons filmes. A poesia é uma das suas paixões.
Escreve contos, lê bons livros e ouve boa música, assim mantém o seu cérebro em actividade.
Participou com dois contos no livro Varal Antológico, com lançamento em Florianópolis e continua a dar colaboração na revista ”Varal do Brasil”.
Faz parte de diversos portais da Internet -  “Clube de Autores”; “Recanto das Letras”; actualmente é membro de “Confrades da Poesia” – Amora / Portugal
 
Bibliografia:
Brevemente tem um livro para editar.
 
Sites / Blogs.:  www.vilamulher.com.br/fia81 http://www.sergrasan.com/vofia/ http://clubedeautores.ning.com/profile/MariaAparecidaFelicori?xg_source=activity
vofia@tpnet.psi.br http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=43302
 

MEDICO OU MACUMBEIRO?


Zozimo Barreto era um cidadão conservador,  católico e que dizia não acreditar em bruxarias, macumbas, raizeiros e rezadores, para ele todos eles eram charlatães que se aproveitavam da crendice e ignorância das pessoas, para extorquir dinheiro e presentes; aos sessenta anos, ele era forte e saudável
Com toda aquela saúde, ele zombava de quem procurasse alivio para suas doenças com essas pessoas e vivia dizendo que se até os médicos com todo seu estudo, se enganavam e nem sempre conseguiam bons resultados com seus tratamentos, não tinha porque aquela procura por macumbeiros e afins, era tolice.
Zozimo vivia com sua família em uma vila chamada Estrelandia, onde só tinha um velho e cansado medico, que mal dava conta de atender toda a comunidade, mas o velho doutor Ferraz era um bom e dedicado medico de família e atendia da melhor maneira  possível sua vasta clientela; ele tratava de qualquer doença .
O povo da Vila Estrelandia se tratava com ele, mas não dispensava o atendimento paralelo dos curiosos, como se diz: acendiam uma vela para Deus e outra para o Diabo e acreditavam que o melhor é cercar as doenças  por todos os lados e com todas as possibilidades e essa atitude deixava o exigente Zozimo horrorizado.
Durante anos e anos ele manteve sua  intransigente posição a respeito de medicação alternativa, mas os anos passavam ele envelhecia e sua saúde já não era tão perfeita; cada dia que passava aparecia uma novidade e nenhuma boa, porque era uma dor aqui, outra ali, o corpo enfraquecia e a memória falhava.
Zozimo procurou o medico, e o pior era que com a morte do doutor Ferraz, chegou um medico novo, o jovem doutor Ronie e o ranzinza Zozimo não confiava nem um pouco nele, começando pelo nome estrangeirado e terminando no jeito moderno de atendimento, porque o doutorzinho usava aparelhos novos.
Sempre que o agora ancião Zozimo se sentia mal, procurava o doutor Ronie, que dizia sempre a mesma coisa: que era preciso ter paciência com os achaques da idade e depois lhe receitava uns pozinhos amarelos para tomar com chá de camomila, mas as dores dos ossos fracos continuavam e só aumentavam.
Para complicar o já complicado relacionamento entre o velho e impaciente paciente e o jovem doutor, aconteceu o namoro e casamento de uma das netas de Zozimo com o medico e ai piorou tudo, porque o velho era muito rico e achou que o doutor Ronie se casou com  sua neta Rita,  de olho em sua herança.
Por azar, os tais pozinhos amarelos deram um problema gástrico em Zozimo e ele cismou que o medico queria mata-lo para ficar rico a sua custa,  não aceitou mais os cuidados do agora doutor e neto e ficou sentindo suas dores sem nenhum atendimento, até que não suportando mais, foi procurar o Zeca macumbeiro e raizeiro.
Lá  recebeu um passes em meio a nuvens de fumaça do cachimbo do Zeca e uma garrafa cheia de folhas misturadas com cachaça, com a recomendação de tomar uma xicara da beberagem  de manhã e a noite; sem outra opção ele passou a usar a tal mezinha e como a bebida era forte e ele fraco, ele dormia e se esquecia das dores.
O povo de Estrelandia se sentiu vingado, vendo o velho Zozimo se  tratando com um curandeiro e riam dele o tempo todo, mas ele não se importava e dizia: o medico é o caminho e o macumbeiro é o atalho e mais vale um atalho bem dado, do que um caminho mal caminhado; curar ele não se curou, mas se tornou um alcoólatra, de tanta garrafada que usou.

 
Maria Aparecida Felicori (Vó Fia)

 
 
DESNECESSÁRIO
 
 
Comer é um prazer e uma necessidade para todos, mas se todas as pessoas comem o gosto de um não é o mesmo de outro e na escolha da comida a variedade é enorme, o que é bom e gostoso para uns, é ruim e desagradável para outros; na verdade gosto não se discute e não importa se é um prato de jiló ou um enorme filé, tudo se torna ótimo dependendo do paladar das pessoas, o que prova que nada é bom ou ruim para todos.
Essa historia de comida é porque me lembrei do acontecido com minha prima Renata; ela já passava um pouco dos trinta anos e seu sonho era arranjar um marido antes de entrar na casa dos enta, porque ela sabia que depois dos enta, fica difícil demais conseguir um pretendente mesmo para uma figura bonita e simpática como ela e nessa pressa de se casar ela partiu para a caça, usando todas as armas disponíveis no momento.
Foi a uma boutique na capital do estado e tomou um verdadeiro banho de loja, comprou uma coleção primavera-verão inteirinha, para cada roupa adquiriu um par de sapatos e uma bolsa  combinando; depois se dirigiu a  melhor perfumaria da cidade e comprou todos os produtos de beleza já inventados, cuidou da pele, cabelos, pés e mãos e para completar a metamorfose procurou uma academia e acabou com toda gordurinha extra do corpo.
Voltou para sua cidade do interior e se exibia toda bem arrumada, cheirosa e muito bem vestida e calçada, mas nada do candidato a marido aparecer; ela mudou de tática e passou a freqüentar a igreja com ares inocentes e piedosos, pensando que aqueles solteiros já  quarentões se interessassem  por uma moça tão recatada e bem comportada, fracassou novamente, porque os velhotes estavam interessados em meninas na flor da idade.
Já entrando em pânico Renata foi se aconselhar com sua sabia avó e a velha senhora lhe disse: minha neta de verdade mesmo, os homens se interessam apenas por uma comida bem feita: beleza, elegância e bom comportamento são acessórios; aprenda a cozinhar, prepare boas refeições e convide os rapazes para almoços e jantares bem preparados que vai conseguir um bom marido, ela seguiu o conselho da senhora a risca.
Quando se sentiu preparada na arte culinária, ela convidou o doutor Fredolino para janta, preparou com capricho um frango ao molho pardo acompanhado por um angu cremoso e um suflê de  chuchu divino e para encerrar com chave de ouro a excelente refeição, um maravilhoso sorvete de umbu; o convidado chegou e logo o jantar foi servido, ele se serviu apenas do frango e ela disse: aceita um pedaço de angu doutor Fredolino?
Ele respondeu com todas as letras: sabe Renata, eu não como nada que termine em u e acho angu um prato desnecessário; a coitada quase desmaiou porque do prato principal até a sobremesa, lá estava presente o malfadado u e para tornar maior o vexame, o angu terminava em u e era considerado desnecessário. O fracasso do jantar foi acompanhado do naufrágio dos sonhos casamenteiros da moça, ela desistiu e entrou nos enta.
A casa dos enta tem porta de entrada e não  tem saída, é só subida e com Renata quanto mais a idade avançava menos esperança de casamento; depois do fiasco culinário ela parou de tentar e como o esperado não aconteceu ela pode contar com o inesperado, porque já bem avançada em entas, ela se casou com o inimigo do u, foram felizes porque em sua casa cozinhar dependia da eliminação da detestada letra u e ela sabia muito bem disso.
                                
Maria Aparecida Felicori  (Vó Fia)
 
 
 
GRIPE ESPANHOLA
 
Guerras deixam sempre seqüelas enormes e a Grande Guerra de mil novecentos e quatorze não foi diferente, porque além das mortes durante as batalhas, ela ainda espalhou pelo mundo inteiro a praga chamada Gripe Espanhola; nos paises europeus o estrago foi enorme, pois as populações  enfraquecidas pelas privações sofridas durante os quatro anos de conflito, não tinha forças para enfrentar a terrível doença e morriam aos milhares.
Para tornar tudo pior os tratamentos antigos eram ineficazes, medicamentos poderosos como a penicilina, sulfas e outros remédios  que são comuns hoje em dia,  estavam para serem descobertos e sem a barreira de bons medicamentos a doença varreu o mundo, foi saltando de um pais para o outro e contaminou de norte a sul e de leste a oeste e naturalmente conseguiu chegar ao Brasil.
Naquela época o anspeçada Zurico estava no comando  da guarda da antiga penitenciaria de Oliveira e levara com ele sua jovem esposa Marica, com apenas dezoito anos de idade e era a primeira vez que a moça se afastava de sua família e para morar nos fundos de uma cadeia cheia de bandidos perigosos, sendo a maioria condenados por  assassinatos bárbaros, mas ela se sentia protegida pelo valente marido e no principio corria tudo bem.
De repente apareceu na cidade o primeiro caso da assustadora gripe e mais um e outro mais, em pouco tempo perdeu-se o controle e a epidemia se alastrou, as mortes se sucediam e no principio os mortos eram enterrados decentemente, mas quando as autoridades começaram a morrer, a confusão e o pavor se instalaram e com o falecimento do coveiro a situação que era ruim, tornou-se péssima, pois ninguém queria cuidar dos mortos, era o caos.
Como a penitenciaria era isolada da cidade, a doença demorou um pouco para chegar, mas chegou e os presos adoeceram e os soldados da guarda também; em poucos dias a população carcerária  foi reduzida de trinta presos para quatro, apenas um preso escapou da doença, era um condenado a trinta anos de prisão por assassinato; da guarda só restou o anspeçada Zurico e o jeito foi libertar o preso das grades e os dois cuidaram dos doentes, Marica cuidava dos afazeres domésticos e se mantinha afastada dos doentes por ordem do marido.
Os dias passavam e o que  já estava ruim conseguiu ficar pior, porque o anspeçada Zurico apanhou a doença e ai só restaram  de pé Marica e o criminoso condenado, ela passou a ajudar o preso nos cuidados com os doentes, mas de repente ela também adoeceu e o perigoso assassino ficou responsável por tudo: preparava sopas, cuidava da higiene de todos, saia a rua para conseguir remédios e alguém para ajudar, alguns remédios ele conseguia, mas ajuda não.
A tal gripe tinha os dias certos de duração, se o doente agüentasse aqueles dias, entraria em recuperação e acabaria por se salvar, mas a maioria morria e os que se salvavam estavam fracos demais e levavam um bom tempo para se fortalecerem  e voltarem ao normal; assim que se sentiu com forças Zurico foi falar com o preso e agradecer sua boa vontade e disse que não entendia  como ele não aproveitara da situação para fugir, obtendo do preso uma resposta surpreendente.
Ele disse: Seu anspeçada não foi por caridade que eu fiquei e cuidei de todos, nem por bondade, porque eu não sou um homem bom, matei meu vizinho  por causa de um balaio de milho e depois dele morto, enfiei a cara dele no milho e mandei-o ir comer no inferno; fiquei porque não tenho nada e nem para onde ir, estou preso a vinte e oito anos e dentro de dois anos serei libertado e vou matar a primeira pessoa que eu encontrar fora da penitenciaria e voltar aqui para dentro, passei minha mocidade aqui e aqui vou morrer.
Debelada a terrível epidemia, a cidade e a penitenciaria voltaram a funcionar, as perdas foram enormes para todos, mas aos poucos tudo voltou ao normal; Zurico foi transferido de volta para a terra de sua esposa no sul de Minas, ele ainda foi prestar serviços  em outros lugares do estado, mas nunca mais levou Marica com ele, o susto foi grande demais.
                                      Maria Aparecida Felicori (Vó Fia)
 
 
FEIOS OU BONITOS
 
 
 
As vezes as pessoas são julgadas por um padrão de beleza injusto e preconceituoso, porque de um jeito ou de outro todos são bonitos, cada um a sua maneira tem seus encantos, pois bonitos são os olhos de quem vê, se uns gostam de loiras de lindos olhos azuis, outros se encantam por morenas de profundos olhos castanhos e tem quem ame mulatas ou negras de brilhantes olhos  de ébano e isso vale para o sexo oposto também, porque as mulheres fazem suas escolhas da mesma forma, gosto não se discute.
É impossível existir alguém que seja feio ou bonito na opinião de todos, em beleza não existe unanimidade, porque o que é bonito para uns é feio para outros e isso é normal e aceitável, mas Belezura era diferente, porque ela era de uma beleza indiscutível e todos concordavam que ela era linda e ponto final; Belezura se chamava Eulália, mas ninguém se lembrava desse detalhe, porque sua beleza lhe trouxe o apelido e seu nome foi definitivamente esquecido.
Durante a infância Belezura era o encanto daquela cidade, em todos os eventos ela era a estrela maior, as noivas a queriam  como dama de honra e se a data de dois casamentos  coincidissem, uma das noivas mudava a data só para ter Belezura como dama, nas novenas do mês de maio  ela era o mais lindo anjo da Coroação de Nossa Senhora, durante todas as noites de coroação ela  conduzia a coroa da Virgem Maria e isso causava um certo desconforto, porque as demais meninas sonhavam com aquela honra, mas ninguém podia competir com aquela beleza sem par.
O tempo passou e a menina cresceu, mas a beleza cresceu com ela ou mais que ela e os rapazes disputavam sua atenção e chegavam a brigar por sua causa, isso incomodava sua família por causa dos escândalos e falatórios e resolveram casa-la com um primo que morava em uma cidade vizinha, mas ela tinha um namorado secreto e não queria se casar com o tal primo de jeito nenhum, ela chorou, gritou e ameaçou se matar e nada adiantou, sua família era árabe e por tradição os pais escolhiam os maridos para das filhas e a ela só restou obedecer.
Com a mudança para a cidade vizinha depois do casamento Belezura se conformou, vivia aparentemente feliz e em paz, teve dois filhos e tudo corria bem até ela se encontrar com o antigo namorado; a velha paixão renasceu e os dois se tornaram amantes, como ela ia sempre a uma chácara do marido buscar legumes e outros produtos todas as quarta feiras, combinaram os encontros lá; a chácara ficava entre as duas cidades e ninguém desconfiou de nada, porque o amante comprou o silencio do casal de caseiros com um bom dinheiro e esse arranjo durou quase dois anos.
Mas certa quarta feira assim que ela saiu de casa, armou-se uma grande tempestade e o zeloso marido foi buscá-la e ai deu-se a tragédia: com o barulho dos ventos e trovões, os amantes não ouviram o carro chegar e foram pegos em flagrante, estavam nus e na cama, o marido traído  carregava sempre uma arma e atirou primeiro na linda esposa, mas o ódio era tanto que ele descarregou toda a carga da arma nela, enquanto isso o amante correu para fora do quarto e sumiu no meio da chuva com o casal de caseiros que ao passarem pela cidade, avisaram  ao delegado e sumiram no mundo.
Ao chegar a chácara o delegado encontrou Belezura morta e o marido em estado de choque com a arma  descarregada na mão, prendeu o infeliz  e mandou avisar a família  da falecida; foi um grande escândalo nas duas cidades, o corpo da moça foi levado pela desolada família, para ser sepultado na terra natal, toda a população compareceu ao velório, uns por amizade e outros por curiosidade e mais uma vez a opinião foi unânime: jamais   se viu uma morta  tão bonita como Belezura.
                                          
Maria Aparecida Felicori (Vó Fia)
 
 
O CIRCO CHEGOU E PARTIU
 
Quando um circo chegava a Vila de São João, todos adultos e crianças, ficavam numa alegria doida. Era aquele corre. Todos queriam ver as moças bonitas, os bichos ferozes, os trapezistas, os mágicos, enfim tudo no circo encantava aquela gente simples. Mas todas as preferências eram para os palhaços. E a melhor coisa que o grande Circo União possuía era justamente o palhaço Pimentinha.
Quando ele chegava ao picadeiro, podia-se esperar de tudo, o danado dava cambalhotas, subia no trapézio, contava piadas, montava no elefante. Mas o melhor de tudo era que ele cantava e tocava violão; nas funções do circo cantava músicas brejeiras que quase matavam o povo de tanto rir.
Terminado o espetáculo, Pimentinha lavava o rosto, se vestia bem, pegava o violão e saía a fazer serenatas românticas para as moças do lugar. Sem as tintas da profissão, ele era uma bonita figura, alto, moreno, cabelos negros e olhos brilhantes; e como cantava
 
Maria Aparecida Felicori  (Vó Fia)
 
 
 
VIVA O LADRÃO DE GALINHAS


Roubar galinhas era o esporte preferido de um grupo de rapazinhos desocupados de Vila de São João.
Não respeitavam nem o quintal do vigário. Todas as manhãs alguém aparecia morrendo de raiva para dar queixa na delegacia. O delegado Zurico perdia noites e noites de sono, para patrulhar as ruazinhas da Vila, mas em vão; os moleques eram sabidos e não se deixavam apanhar.
A situação piorou, quando o quintal assaltado foi justo o do Delegado. Sá Marica quase sofreu um ataque quando deu por falta de uma de suas galinhas gordas e bem tratadas.
Ao ver a esposa aborrecida, o delegado ficou uma fera e resolveu apanhar os ladrões de qualquer maneira. Dias e dias se passaram e nada, os sonhos continuavam e as reclamações também. Até que o delegado teve uma idéia brilhante. Se ele e seus soldados patrulhavam as ruas todas as noites, e se São João só possuia a praça e três ruas, o que deveria estar em desencontro era o horário.
A patrulha era feita de meia-noite em diante e se os ladrões não eram encontrados, só podia ser que os assaltos eram praticados mais cedo.
Foi a conta! O povo dormia cedo, e os ladrões agiam antes das onze e dormiam depois, tranquilamente. Naquela famosa noite, Zurico começou a patrulhar às nove horas e pegou a turma com a boca na botija. Eram quatro moleques entre catorze e quinze anos. Levaram uns cascudos caprichados do delegado e foram levados para a cadeia.
Na manhã seguinte a população se sentia vingada, quando foi acordada com o toque de tambores, eram os ladrões que marchavam gritando: "Viva o ladrão de galinhas!" e eram obrigados a gritar bem alto ou ganhavam um tranco do delegado, que vinha logo atrás. O estranho desfile parava de porta em porta, devolvendo as galinhas roubadas e pedindo desculpas às proprietárias das mesmas. Aquilo virou festa, todos vieram apreciar o vexame dos moleques e a lição que estavam recebendo. Depois de alguns dias presos, os ladrões foram soltos, com um rosário de bons conselhos do Zurico.
Proveitosa foi a lição recebida, nunca mais voltaram a roubar, e se tornaram homens honestos e bons pais de família.
 
Maria Aparecida Felicori  (Vó Fia)

 

 
 
 
 

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