"BIOGRAFIA"

"Manuel Nobre"

 
 
Manuel Martins Nobre; nome literário “Manel Nobre” – natural de S. Teotónio, Odemira; nascido a 8 de julho de 1942.
Trabalhou na empresa Lisnave, Estaleiros Navais S.A. e mais tarde com guarda nocturno. Manuel Nobre afirma-se que antes de ser reformado foi sempre um homem desenrascado. O autor Manuel Nobre sempre foi um amante da leitura e muito dedicado a fazer as suas décimas alentejanas. Possui um Mural/Blog no Facebook. Actualmente divulga as suas poesias no Mensageiro da Poesia e nos Confrades da Poesia.
 
É Director do Centro Cultural e Desportivo das Paivas.
É membro do “Mensageiro da Poesia-Associação Cultural Poética”; “Confrades da Poesia”, sediadas na cidade de  Amora.
 
Bibliografia:
Brevemente...
 
Sites -
https://www.facebook.com/martinsnobre
 
 
 
Um país para ter cultura
           
 
 
Um país para ter fartura
E o seu povo não viver mal
Tem que ter agricultura
E um bom sector industrial
 
                   I
O país que sabe aproveitar
Os seus recursos naturais
Pode sempre crescer mais
Sem o país se endividar
Todos nós podemos ficar
Com economia sã e pura
Sem cair na aventura
De um dia andar para trás
É com um governo capaz
Um país para ter fartura
 
                 II
Os países que têm mar
As pescas é uma riqueza
Para ter comida na mesa
E não ter que a importar
Os pescadores vão pescar
Ganham a sua vida normal
Com o seu esforço natural
Levam o barco para a frente
Dão trabalho a muita gente
E o seu povo não vive mal
 
                   III
Não temos que ser doutores
Para termos esta visão
Só pode haver produção
Onde há bons produtores
Só com bons agricultores
Temos economia segura
Numa sociedade futura
Sermos nós a produzir
O que vamos consumir
Tem que ter agricultura
 
                 IV
Nós sabemos que é riqueza
A terra o mar e a sabedoria
Porque a inteligência é cria
Um mundo de amor e beleza
Sabemos e temos a certeza
Onde não há forças do mal
Temos o que é essencial
Para um país desenvolvido
É ter o seu povo instruído
E um bom sector industrial
 
 
 
Manel Martins Nobre
Paivas Amora Seixal
 
 
 
 
 
 
 
Os companheiros cá do Manel.
 
 
 
Os companheiros cá do Manel
Encontram-se aí no caminho
Do Chico para o Samuel
E do centro para o cantinho
   
 
Frequentam estes locais                       
Onde a pinga não é má                  
Uns para lá outros para cá     
Outro copo não é de mais        
Os que cantam nos corais                  
Tem que fazer o seu papel   
Como o vinho sabe a mel                  
E precisam da voz afinada   
Bebem mais uma copada
Os companheiros cá do Manel
 
               II
Vem o mestre Zé Sequeira           
Que sabe cantar o fado                       
Nunca pára calado                                         
Tem uma vos de primeira
O Matos na brincadeira   
Não sabe beber sozinho   
Pede sempre um copinho 
Para o Rodrigues pára quieto 
Vem o Lascas muito selecto
Encontram-se aí no caminho
 
III
Vem o Mira, o Chá e o Broa
Ás vezes ali a tardinha
Também vem o Sardinha
Todos bebem pinga boa
Nunca fazem nada a toa
Bebem com o tí Miguel
E bebem com o Daniel 
Estão sempre brincando   
Mesmo quando vão andando   
Do Chico para o Samuel
 
                IV
Também vem o Bação
O mais velho e o mais novo
Fazem parte deste povo
Do grupo do meu irmão   
Quando uns vêm outros vão
Andam sempre devagarinho
Procurando o melhor vinho
Já lá vem o Eurico
E também vem o Chico
Do centro p’ro cantinho   
 
 
 
Manel Martins Nobre
Paivas Amora Seixal
É a história de muita gente
 
 
 
Penso que fui um desenrascado
Em vários sectores trabalhei
Antes de eu ser reformado
Eu sempre me desenrasquei
I
Trabalhei na agricultura
Logo aos oito anos de idade
Fui um pastor com vaidade
Andei descalço em terra dura
Antes duma idade madura
Fui lavrar com um arado
Continuei a guardar gado
A cavar milho e ceifar trigo
Por tudo o que fis eu digo
Penso que fui um desenrascado
 
II
Trabalhei na construção civil
Comecei aos dezanove anos
Alterei logo os meus planos
Esse trabalho era mais baril
Para mim e para muitos mil
Como servente eu lá andei
Logo que aprendi mudei
Pra profissão de carpinteiro
Profissional de corpo inteiro
Em vários sectores trabalhei

III
Trabalhei no Algarve e Lisboa
E também no meu Alentejo
Província que eu mais invejo
Onde há muita gente boa
Nunca andei por ai á toa
Nunca fui um abandalhado
Gosto de tudo organizado
Sempre fiz o melhor que sei
Por estes trabalhos passei
Antes de eu ser reformado
 
IV
Trabalhei no estrangeiro
Muitos anos fui emigrante
Andei numa luta constante
Não fui último nem primeiro
A andar por este carreiro
Para chegar onde cheguei
De trabalhar eu não parei
Comi açordas de pão e alho
Nunca estive sem trabalho
Eu sempre me desenrasquei
 
 
 
Manel Martins Nobre
Paivas Amora Seixal
 

 

 

 

Guarda Nocturno
 
 
 
Sou um guarda dedicado
Mas há coisa que não entendo
Sou as vezes maltratado
Das pessoas que eu defendo
 
 
 
Tenho que andar sempre atento
Rua abaixo rua acima
Espreitar de esquina em esquina
Por entre blocos de cimento
Caia chuva ou faça vento
Tenho que estar acordado
Que é para ser respeitado
Na vida que deus me deu
Guardo o que não é meu
Sou um guarda dedicado
 
 
 
 
Este trabalho é danado
Traz-me sempre a pensar
Como é que vou evitar
Que o cidadão seja roubado
Eu não posso estar parado
Tenho que andar sempre vendo
Se respeitam quem eu defendo
E ás vezes está contra mim
Isto é uma vida ruim,
Mas há coisas que não entendo
 
 
 
 
Seja de Inverno ou de verão
A ronda não pode ser errada
Para a casa não ser assaltada
Chego primeiro que o ladrão
Eles dizem sempre que não
Eu e que estou errado
Como chego adiantado
Não os apanho em flagrante
Esta situação é constante
Sou às vezes maltratado
 
 
 
 
 
Já cá ando há vinte anos
E conheço muito bem
Aquelas pessoas que vem
Com maldade nos planos
Mostram sempre ser humanos
O seu pensamento vou lendo
Para ver se entendo
A intenção que ele tem
Pretende assaltar alguém
Das pessoas que eu defendo
 
 
 
 
Manel Nobre - Paivas 
 
 

"CONFRADES DA POESIA"

www.confradesdapoesia.pt