"BIOGRAFIA" |
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"Lauro Portugal" |
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Laureano Pereira Leitão - Lauro Portugal é o seu nome literário - nasceu em Canas de Santa Maria (08-03-49), actual vila do concelho de Tondela, na qual viveu a sua meninice, até ingressar no Seminário, onde permaneceu alguns anos em que a paixão pela língua portuguesa e pela música ganhou alicerces. Depois de ter frequentado o Conservatório Nacional de Música, enveredou pela produção nas áreas musical e literária. Dele se gravou mais de centena e meia de temas de música ligeira, enquanto, após ver trabalhos seus nos volumes Florilégio I, Florilégio II, Quinzena Cultural Bancária e VI Antologia de Poesia Internacional Contemporânea, publicou alguns livros nos campos da poesia, da cultura e da didáctica, com especial relevo para a análise linguística, através da qual pretende, segundo as suas palavras, “contribuir para a preservação duma riqueza que é de todo o país”, numa chamada de atenção para um maior cuidado no uso, por parte de pessoas influentes, da língua-mãe de todos nós. É licenciado em Línguas e Literaturas Modernas – variante Português-Francês –, sócio-cooperador da Sociedade Portuguesa de Autores, membro da Associação de Professores de Português e investigador do CLEPUL – Centro de Literaturas de Expressão Portuguesa da Universidade de Lisboa. Preocupado sempre com o bem-falar e escrever português, foi revisor de obras literárias, conferencista sob o tema “Erros Comuns de Linguagem na Oralidade e na Escrita”, palestrante na área da tradução-retroversão, autor da rubrica radiofónica “Horizonte Português” e de textos sobre a língua portuguesa, e formador dos cursos de “Oratória para Executivos” e “Como Falar em Público” em escolas privadas. Artigos/Alocuções sobre Língua Portuguesa: Acordo de Cavalheiros (Novo Acordo Ortográfico) Os guardadores das Palavras Mudar a Língua Portuguesa Os Neo-realistas de Vila Franca de Xira Tradutores – a ponte entre as margens O tradutor como agente multifuncional no processo informativo… Conferências, palestras, colóquios, presenças, intervenções, entrevistas: Universidade Lusófona; Fnac; Centro de Congressos de Lisboa; Expolínguas; Ciberdúvidas da Língua Portuguesa; Sociedade Portuguesa de Autores; Rádio Clube Português; Rádio Renascença; Rádio Clube do Centro; Emissora das Beiras; RDP; RDPI; RTP; SIC; TVI; Jornal “Emigrante”; Correio da Manhã; Diário de Notícias; Notícias Magazine; Autores – revista da Sociedade P. Autores… MÚSICA No panorama musical, teve um percurso que o levou a gravar mais de 20 discos, de que se destacaram temas como Recordações de Ti e Encontro Inadiável (EMI); Cantigas de Amor e Bem dizer (Musicord), neste «LP» figurou como viola baixo o meu amigo Pinhal Dias, no fado canção “Cabelos Loiros”; A Banda Filarmónica (Movieplay); O Rancho Folclórico e Vou à Caparica (Lusosom); Coração de Chocolate e Mil beijos Mil (BMG), para além de outras gravações como Brincolândia (Feira Popular de Lisboa); Juve Leo (SCP); Piquenicão em Vila Real (Rádio Comercial); Conviver (LAR-Rádio Renascença). Como autor e compositor (cooperador da Sociedade P. de Autores); tem mais de 150 temas gravados, na sua e nas vozes de outros intérpretes, entre os quais Fernando Correia Marques, Victor Maurício, António Albernaz, Carmen Sílvia, Maria Dilar, Pedro Couceiro, Diana, António Calvário, Manuel Cardoso, Tânia Salls, Toni Pinheiro, Manuela, Dino Meira. Prémios e Participações: 1º prémio Concurso Autores, Compositores e Intérpretes (R. R.) 1º prémio Festival da Canção dos Bancários 2º prémio Festival da Canção Nova Gente - Presenças finais - Festival da Canção de Lisboa; Festival RTP da Canção Actualmente é membro de “Confrades da Poesia” |
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Bibliografia: | |
São Valentim todos os Dias, 2003 (Roma Editora) (poesia); Beijos, flores e Versos para Minha Mãe, 2003 (Roma Editora) (poesia); Conversas com o meu pai, 2004 (Roma Editora) (poesia); Gente Famosa também dá Pontapés na Gramática, 2004 (Roma Editora); Ranchos Folclóricos e Bandas Filarmónicas – a voz e a alma de Portugal, 2005 (Roma Editora); Gente Famosa continua a dar Pontapés na Gramática, 2006 (Roma Editora); O País a Raios X, 2006 (Roma Editora); Grupos Corais e Instrumentais de Portugal, 2007 (Roma Editora); A Língua Portuguesa é muito Atraiçoada, 2009 (Prefácio); Versos Inversos, 2009 (Prefácio) (poesia) Publicado em (Out.2012): Joaninha, voa, voa até Lisboa! | |
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O peiO peito Lusitano Ó Mestre-mor dos versos, grão Camões, Quando cantaste o “peito Lusitano”, Fizeste-o com boas intenções, Cuidando tu que ele era mais que humano. Ora, passadas umas gerações, Provado agora está que foi engano. Mas, dado que teus dons eram poéticos, Se te desculpa a falta dos proféticos. Apenas meia dúzia de algarvios, Outros tantos beirões, alentejanos, Homens do Ribatejo, que os bravios Touros vencem, e, claro, alguns serranos De Trás-Os-Montes húmidos e frios É que são verdadeiros lusitanos. Os outros, os que estão no litoral, São medricas – não vais levar a mal. E quanto mais do norte, maior medo, Naturalmente, de água fria têm. O que digo não é nenhum segredo, Pois no verão por aí abaixo vêm Por águas quentes – ou até mais cedo –, Que no Algarve mais calor retêm. Como tu vês, a praia do Ocidente Passou a ser do Sul, ninguém desmente. Portanto, marinheiros de água doce É que temos, em minha opinião; Pois, por mudanças que o progresso trouxe, Vão até aos Açores de avião; A conquista marítima acabou-se, Há piratas em terra, em conclusão. Repara bem: até os espanhóis Vêm cá buscar o peixe e os caracóis! Sobre as armas, agora nem há tropa Como dantes havia, e os barões Não são assinalados, bem se topa, Tirando as consequentes ilações. E não é raro aquele que se dopa Para poder cumprir suas funções. Acha-los, pois, capazes de um só gesto Em perigos e guerras? Sê honesto! Quanto aos Reis, e daquilo que sobrou, Resta-nos um somente na Madeira. De África e de Ásia nunca devastou As terras, que seria grã canseira. Na Ilha foi nascido e lá ficou, Dando a Lisboa enorme trabalheira. Bem vês que não podia ser, Luís, Melhor a realeza que o País. Lauro Portugal Generais Foi Viriato o nosso grande herói, Primeiro construtor, Último defensor Deste país que agora se destrói. Foi lutador sem medo, mais que todos, Astuto comandante, Criador de estratégias, Primeiro general Que teve Portugal. Natural relação se estabelece, E eis-me com os sentidos Nos generais de agora. Praticamente iguais, Com seus casacos feitos de medalhas, Uns menos, outros mais, Nos gabinetes, mapas a seus olhos, Perscrutam horizontes, Atentos a sinais, Estudam, pensam, traçam mil croquis, Por céus, vales e montes, Comandam os peões no tabuleiro Que é este Portugal Que eles cogitam ser o mundo inteiro. São assim no país Os generais de agora. Se houve sempre, dos tempos mais remotos, Generais, logo havia De ser hoje que a gente prescindia De espíritos à pátria tão devotos, Neste cantinho em nada original, Melhor, original Por isso exactamente? Falamos livremente Hoje de tudo, Até de generais, graças a eles, Que sem eles a gente ainda estava Em mil e novecentos E setenta e três. Haja, pois, generais, São úteis, apesar de não haver Guerras coloniais, Serviço militar obrigatório, Mas comemorações, Feriados nacionais Buscam brilho em seus ombros estrelados E firmeza em seus ares empertigados: O Dia de Camões, O Dia do Trabalho (contra os mandriões), Os da República, da Liberdade, O da Restauração, o da Cidade, E até o Carnaval, Melhor dizendo, vários Carnavais. Quem diz que úteis não são os generais? Lauro Portugal |
Ladroagem O roubar sempre existiu Em todas as gerações, Mas nunca nas proporções Que em dias de hoje atingiu. Neste palco há bons artistas De que se apresentam pistas Que os ligam ao peculato Que, como se sabe, é o acto Em que são protagonistas No desvio do arame. No elenco de “engenho e arte” Figuram Carlos Mineiro, José Francisco Ribeiro, António Manuel Duarte; Um que nunca teve medo Foi o Vale e Azevedo, Constando também da lista O João Evangelista E – p’ra ninguém é segredo – Clara Costa e Mário Peças. Esta visão analítica Contempla nomes apenas Que entraram nalgumas cenas, Sobretudo na política. Que, se indicasse o caudal Chamado a tribunal, Não chegava um só volume. Deste modo se presume Que a lista não tem final Em Isaltino e Felgueiras. Na banca, sem preconceitos, Administradores matreiros Fazem de alheios dinheiros Fortunas em seu proveito Ou em proveito dos filhos. Um, sem quaisquer empecilhos, (José Oliveira e Costa) Tem da mulher de quem gosta Divórcio; não quer sarilhos, Põe tudo no nome dela. E como quem é ladrão Pode comprar com dinheiro Tudo, até o carcereiro, Nunca fica na prisão. Não admira a realidade, Mas causa perplexidade Fazerem-se falcatruas (Não é uma nem são duas!) Na maior impunidade. O crime, afinal, compensa. Sempre foram oportunos Apelos que alguém lançou, Mas nunca se imaginou Que aumentassem os gatunos Em tão grande percentagem. Ao menos em ladroagem Como reparam vocês, Do bom povo português Evoluiu a linhagem. Peito ilustre lusitano… Lauro Portugal Amor é sexo Oh, detentor de excelsos dons poéticos Que alguma vez já teve estas nação! Hoje existe Prozac p’rà depressão, E temos para a febre antipiréticos; Para feridas há os anti-sépticos, Do corpo falo, não do coração; Não há, sem sentimento, inspiração, Nem, sem inspiração, versos patéticos. Se vivesses, Camões, nos nossos dias, Em muito boa gente encontrarias Definição do amor: coisa sem nexo. Como os tempos mudaram e os valores! Para quem desatina e tem calores O diagnóstico é: falta de sexo! Lauro Portugal Homens bonitos Obcecado por tua catadura, O que te fez perder a auto-estima, Jogaste com o destino franca esgrima Por uma migalhinha de ternura. Foi teu azar viveres numa altura Em que as mulheres – isto não te anima – Olhavam como sol e obra-prima Homem louro, Apolo em formosura. Hoje são negros, magros, narigudos Que têm de dizer-lhes: “Calma! Esperem!”, Ou baixotes, carecas, barrigudos. Feios, enfim, Bocage, elas preferem, Que os bonitos, segundo alguns estudos, Não lhes conseguem dar o que elas querem. Lauro Portugal |
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