"BIOGRAFIA" |
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"José Catalão" |
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" CAMINHO" (1,ª e 2^edições - 2021). - Edição de Autor -Imagem e Publicações | |
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OCASO
Ansiosos, os olhos vão varrendo
a linha do horizonte, o casario,
os cacilheiros a cruzar o rio,
em busca duma luz que vai morrendo.
Negras nuvens se adensam lá ao fundo,
num prenúncio de fera tempestade.
O dia vai caindo e a claridade
esconde-se no mar em que me inundo.
Chegado ao fim dos dias agendados,
resta apenas, os olhos bem cerrados,
olhar o céu azul e a bonança
e, como um fluido só, evaporar,
como uma gota de água no alto mar,
perder-me na memória, na lembrança…
José Catalão - Almada
Aparição Esta alva aparição que me visita é alma pura ou anjo protector que me vem consolar nesta desdita, que me vem consolar na minha dor. Nunca te vi mas sei-te bela flor do meu jardim onde adormece o sol, onde adormeço, exausto, sem rancor, vela de barco em busca de farol. Hei-de encontrar-te um dia, sem esperar, e, sentado debaixo das palmeiras, cantar-te-ei cantigas verdadeiras, daquelas que os avós sabem cantar. São melodias de curar saudades que não deixam ninguém indiferente, que atravessaram vidas e poentes cantando sempre e só puras verdades. José Catalão – Almada
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Alentejo Este Alentejo florido Com muitas cores e matizes É terra que tem sofrido Mas vive dias felizes. Casas rasteiras e brancas Duma alvura de invejar Portas abertas e francas Pra quem se quer abrigar. O pão em cima da mesa Pra servir a quem chegar É um gesto de nobreza De quem nada tem pra dar. É gente de mãos abertas, recebe com fidalguia. Tem sempre palavras certas E trata com simpatia. Tem alma esta planura de moura linda e trigueira, tem a calma e a doçura dos olhos de uma ceifeira, O sino toca na aldeia. É um convite a rezar. Senhora de graça cheia Por todos está a zelar. José Catalão - Almada A minha janela Da minha janela aberta vejo o alvo casario da cidade, o mar e o rio, vejo a manhã que desponta com cheiros, pregões e cores, o quiosque dos jornais, a vendedeira de flores; ouço o canto dos pardais saltitando pelos beirados; num vai-e-vem incessante vejo barcos apressados levando apressada gente na ânsia de ir à vida. A vida faz-se entre margens num rodopio rotineiro. Corre o tempo e o veleiro rasgando as águas do Tejo, traz nas velas enfunadas sonhos, almas e desejo. José Catalão - Almada |
"CONFRADES DA POESIA" |
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