"BIOGRAFIA"

"Jorge Humberto"

 
 

Jorge Humberto – nascido a 20 de Janeiro de 1966, em Santa-Iria-de-Azóia, nos arredores de Lisboa.
 
Nos estudos completou o 6º ano de escolaridade, indo depois trabalhar para uma pequena oficina de automóveis.
A poesia surgiu num processo natural, de sua evolução, enquanto homem. E, a meio a agruras e novos caminhos apresentados, foi sempre esta a sua forma de expressão de eleição.
 
Auto didacta e perfeccionista (um mal comum a todos os artistas), desenvolveu e criou, de raiz, 10 livros de poesia, trabalhando, actualmente, em mais 6, acumulando ainda mais algumas boas centenas de folhas, com textos seus,
que esperam inertes, no fundo de três gavetas, a tão desejada e esperada edição.
 
Tendo participado em algumas antologias e e-books, tem alguns prémios, sendo o mais recente a Ordem de la Manzana, prémio atribuído na Argentina, aos poetas e escritores, destacados a cada ano.
A sua Ordem de la Manzana, data do ano de 2009.
Sendo ainda de realçar, que Umberto Eco, também foi merecedor, de receber essa mesma Ordem, de la Manzana.
 
… “Do mais alto de mim fui poeta… Insinuei-me ao homem...e realizo-me a cada dia ser consciente de muitos.
Quis a lei que fosse Jorge e Humberto, por conjugação de um facto, passados anos ainda me duvido...
Na orla do Tejo sou Lisboa…e no mar ao largo o que houver”.
Escreve para a "FriLuso". É membro de “Confrades da Poesia” – Amora / Portugal
 
BIBLIOGRAFIA:
Editou 10 livros de poesia (e-books)
 
SITE / BLOG: http://jorgehumbertopoesia.blogspot.pt/   - http://opoeta.no.sapo.pt/  
 
 
TUA LINDA MÃO
 
 
Se almejar paz e basta saúde, pra mim,
Não é pedir demais nem ser egoísta,
Então que venha de lá, palhaço ou trapezista,
Para que no fim, possa ser feliz, assim.
 
Nunca fui de pedir muito, sofri
Que nem um desalmado, sem casa ou abrigo;
E, eras tu, afinal, quem estava comigo,
Quando me julgava só, e só não estava…eu bem vi.
 
Não anseio senão caminhos, nunca vistos;
Ter plena força, para alevantar novos poemas;
E mi alma, não mais triste, nas vogais, dos fonemas,
 
Sempre resistir, aos desvarios, dos malquistos…
Já adormeceu, meu persistente coração,
Na procura momentânea, de tua linda mão.
 
 
 
Jorge Humberto – Stª Iria Azoia
 
 
A DANÇA DAS ANDORINHAS
 
 
 
De mil sinfonias e acordes
Distintos,
São as tardes de Primavera,
Conheço-lhes as asas,
Como as pétalas em seu fechar,
Pois, eis que é vinda a noite,
Eis que são as flores a descansar.
 
E já o azul se inebria de cinzas,
E os gatos são estas sombras,
Como restos diurnos a procurar,
O olho altivo dos candeeiros.
 
Mas, ó pena minha,
No ir da tarde, que se fez noite,
Como se fora nuances,
De outras tantas corzinhas,
É que me fica a tristeza destes bueiros,
Pelo súbito calar das andorinhas.
 
 
Jorge Humberto – Stª Iria Azóia
 
 
A DOENÇA NÃO VENCERÁ… MÃE!
 
 
Pena-me não te saber feliz… que a vida não
tem sido justa… para com nenhum de nós!
Ver nossa mãe padecer sofre-nos o coração,
é como se o sol, estiolado, deixa-se-nos sós!
 
Tristes se tornaram os dias… e que a ninguém
dá preferência, quando, a saúde, é ausência!
Valha-nos amor o teu ser! Não há maior bem,
que uma boa filha, prezando boa consciência!
 
Maldita sejas, ó vil doença! Invasora e tenaz!
Esqueces que quem assim luta e demais crê,
neste mundo, para com os seus, tudo é capaz!
 
Então todos voltaremos a sorrir, firmemente!
vendo nossa mãe feliz, sabendo bem porquê.
E até o ar, meu amor, usufruímos docemente!
 
 
Jorge Humberto – Stª Iria Azóia
 
ENFIM… SONHAR-TE
 
 
Chegar a casa e desejar-te,
Embriagado pelo teu cheiro,
E só poder, enfim, sonhar-te –
Com o que isso tem de verdadeiro –,
 
Tendo apenas uma pequeníssima parte
De um todo que se quer inteiro,
Torna-se tão mais difícil arte,
Quanto mais longe o teu cheiro.
 
Mas se a memória se sujeita
Ao dolo da vontade intransigente,
Se se obriga e nela aceita,
 
A imagem distante e verdadeira,
Terá no esforço aparente,
A sua reconciliação derradeira.
 
 
 
Jorge Humberto – Stª Iria Azóia
AMOR DE PAI!
 
 
Cumpre hoje, um ano,
Em que tu, meu pai,
Nos deixaste sozinhos:
Quantos, tantos, os ais,
 
Donde jamais voltarias;
E foram-se todas as alegrias,
E chorando ficou, apenas,
À terra, molhada, descendo,
 
Nosso último cruzar de olhares,
Que na fotografia, te mostrava,
Jovem, alegre, cordial,
Pois que agora, te cobrem as flores,
 
Que tu, tão bem conhecias.
De novo, tivemos de apreender,
O mundo e as gentes,
Que à nossa volta, ora dizem:
 
Não mais sofre, quem partiu,
Nosso amigo, jamais esquecido…
E paira algures, nos mil céus,
Co direito a tudo, que lhe é devido.
 
 
 
Jorge Humberto – Stª Iria Azóia
 
 
 
 
 
Patético
 
 
 
Como posso ser egoísta,
havendo gente a sofrer?
Como posso pensar em mim,
Com crianças a morrer?
Que direito me assiste,
que pena me resiste,
se tantos há sem ter o que comer?
Como posso sentir eu a dor
de não ter,
ou uma sua ausência sequer,
se neste mundo onde seria amor,
vejo homem batendo em mulher,
bebés maltratados,
animais sendo espancados,
mentira a regurgitar
e espelhos de vaidade,
onde só vale a verdade
do que sabe disfarçar?
 
O que me condói?
A quem me julgo importância?
Não sou nem este,
sou só esta distância
que me peca por omissão,
do que não faço,
do que não traço,
fora eu comum cidadão.
 
Que vês tu lá fora?
Que fazes tu por alguém?
Penas-te por te expiar,
sofres por ninguém,
e inda tentas ousar
o que não é nem
verdade,
o que acabas-te de falar.
 
 
Jorge Humberto – Stª Iria Azóia
 
 
 
 

"CONFRADES DA POESIA"

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