"BIOGRAFIA"

"João da Palma"

 

«Poesia é o goivo lírico»

 

João da Palma Fernandes, nasceu a 11 de Fevereiro de 1940, no pequeno Monte de Tacões, Freguesia de S. João dos Caldeireiros, Concelho de Mértola, começando a trabalhar no campo, mas não se conformando foi para Marçano em Santa Clara de Louredo (Boavista, Beja).
Aos 16 anos ingressou na Hotelaria em Beja, vindo nos anos 60 para o Algarve, Praia da Rocha nos departamentos da Restauração onde passou pelos dois melhores Hotéis dessa altura, Sol e Mar em Albufeira e Penina Golfe Hotel como Chefe de Mesa.
Casado com Maria Judite Fernandes, de quem tem uma filha, vivendo definitivamente para elas as duas.
Nos anos 80, por causa dos Jogos Florais em que participava na brincadeira, foi premiado nalguns, daí nunca mais se desligou da poesia que estava no seu sangue a hibernar…
Brevemente pensa editar um livro. Tem participada em várias Antologias.
Faz parte do "Mensageiro da Poesia" em Amora, onde colabora dentro da sua humildade poética. Também é Colaborador Permanente de “Confrades da Poesia” e "Rádio Confrades da Poesia" – Amora / Portugal 
 
BIBLIOGRAFIA:
"Brincando com as Palavras"
 
Site/Blog

http://poemasdejoaodapalma.blogspot.com/ joaopalmaf@gmail.com

 
 
ÁUREO ANIVERSÁRIO

Quando o Boletim nasceu
Logo aí se percebeu
Tão sublime inspiração...
A experiência do Pinhal
O saber do Foreval
E o equilíbrio da São!

Eu diria que "Os Confrades"
Foi buscar qualidades
Ao Mensageiro da Poesia;
Que o diga o Presidente
Pois não ficará indiferente
A esta copiosa parceria.

Que por aqui não fique
E o bom senso se aplique
Num realce verdadeiro,
A São Tomé e o Pinhal
São parte do capital
Do espólio do Mensageiro!

Parabéns ao Foreval
Extensivos ao Pinhal
Igualmente para a São;
Para todos os Confrades
Um manancial d'amizades
Numa rima em comunhão!...
 
 
Velho ou Idoso
 
 
Quando por velhos somos tidos
E a vida já pouco dura
Vamos ficando esquecidos
E já ninguém nos procura
 
A velhice é mal tratada…
Por vezes até um filho
Diz, o velho não tem nada…
Já somos um empecilho. 
 
Outrora fonte de vida
Que saciou tanta gente
Hoje vai sendo esquecida
Nas águas de outra nascente.
  
Foi um velho que me ensinou
O respeito e a humildade
Que hoje em parte se mudou
No cinismo e na vaidade.
  
O que eu aos jovens diria:
Olha o velho sem desdém…
E notem que um certo dia,
Podeis ser velhos também!...
 
 
 
ALCATRUZES
 
Mote
 
Versos são veias, e a via…
Na rima bem sucedida
Que levam à poesia,
O sangue que lhe dá vida!...
 
Glosa
 
Versos são veias, e a via…
De estrofes mais variadas
Num poema, a nostalgia
De letras apaixonadas
 
Há nos versos perfeição
Na rima bem sucedida
Temos poesia então,
Pelos Poetas medida!
 
Nos versos há a mestria…
Como alcatruzes na nora
Que levam à poesia
A água que a melhora.
 
Vamos vê-los no “Confrades”
Na Internet oferecida…
Estas as realidades,
O sangue que lhe dá vida!...
 
 
O CAIR DA FOLHA.
 
Mote
 
O Outono é folha caída…
P’los ventos da tempestade
Assim é a nossa vida,
Com o avanço da idade!...
 
Glosa
 
O Outono é folha caída…
Que a árvore já não segura
P’ra ser reconstituída
Nova folhagem futura.
 
 
Enquanto cai a folhagem,
P’los ventos da tempestade,
Virá a nova ramagem
P’ra lhe dar continuidade.
 
 
O arvoredo em seguida
Vai morrendo lentamente
Assim é a nossa vida
Só que das árvore4s diferente.
 
 
O homem de nada é dono
Cai com naturalidade,
É então o seu Outono
Com o avanço da idade!...
CONFRADES, ESTADO D’ALMA!
 
Mote:
Entra a São e o Pinhal
No Confrades com amor!
Depois segue o Foreval,
P’ra Confraria compor!...
 
Glosas:
Entra a São e o Pinhal
O Isidoro em estado d’alma
E pelo mesmo portal,
Entra o João da Palma!...
 
Vai entrando o Euclides
No Confrades com amor!
As Anas, nas mesmas lides…
E a Celeste sem favor!...
  
O Carmindo como tal,
O Miraldino aí vem!
Depois segue o Foreval,
E a Rosélia também!...
 
Maria Vitória, e mais…
O Zé Jacinto, outro actor!
Além dos doze, virão mais,
P’ra Confraria compor!...
 
 
PARABÉNS!...

"Os Confrades" um dia
Nasceu em perfeita união;
Com amor e supremacia
Do Pinhal e a São.

Depois chegou Foreval
Com as suas qualidades;
Deu uma mão ao casal
Pra ilustrar o "Confrades".

Mentor do Mensageiro
Como é o Pinhal Dias;
E a São hábil Tesoureiro
Fazem deles mais-valias.

Banem os sáfios intrusos
E mantenham decoro agora;
Para evitarem abusos
Que possam surgir de fora!

"Neste trio de gestação;
- repito mais uma vez -
Foreval, Pinhal e São:
Estão de Parabéns os três!"
 
 
OUTONO
 
 
O Outubro vai despindo
De folhas, que vão caindo
Das árvores expostas ao vento.
Com o Outono da vida,
Seremos folha caída…
Que fica no esquecimento.
 
Enquanto vem e não vai
E cada folha que cai,
Não seja a nossa ramada…
Pensemos melhor porém
Em S. Martinho, que vem
Com vinho e castanha assada!
 
E enquanto caem as folhas,
Vamos fazendo as escolhas
Para o tempo que aí vem.
Penso às vezes quem me dera
Fosse sempre Primavera
E, Outono para ninguém!
 
E assim esta Estação
Que vem a seguir ao Verão
Vestindo certa tristeza!
Vamos vivendo as Estações,
Com estas alterações
Que existe na Natureza!...
 
 

 
Entrevista ao Confrade João da Palma – Novembro 2009
 
Os Confrades da Poesia - Como te chamas e aonde nasceste?
JP - Chamo-me João da Palma Fernandes e nasci em Tacões, Concelho de Mértola e Distrito de Beja.
 
CP- Há quanto tempo compões poesia?
JP - Comecei a compor poesia na década de 80, influenciado nos Jogos Florais.
 
CP - Consideras-te poeta?
JP - Não me considerem como tal!  Todavia, sou apreciador e apaixonado por essa arte sublime; principalmente a Clássica. Gosto de compor... pois é uma forma verbal de me cultivar e exprimir o que vai na alma.
 
CP - Que representa para ti a poesia?
JP - Representa o estro, o sentimento e a explanação da alma; consubstanciado pela nossa forma de pensar e transmitir a outrem, um estado subtil, harmonioso, alegre ou triste, e diferente, consoante as situações.
 
CP - Concordas com a afirmação: "O poeta é um fingidor?"
JP - Conheço alguns fingidos... por isso concordo: porque simulam, inventam e mascavam a genuína poesia, desvirtuando a sua essência e menoscabando com hipocrisia e petulância,  a pulcridade da sua indução.
 
CP - Muitos dizem que os poetas são loucos e que anseiam mudar o mundo...
JP - Loucos somos nós todos...  mas nunca doidivanas! -  pena é que no mundo proliferem mais os doidos do que os loucos...
 
CP - Há momentos próprios para escrever, ou escreves a qualquer momento?
JP - Depende do nosso estado de espírito, da egéria e de tudo que nos internece.
 
CP - A poesia revela em ti uma cultura ou um dom artístico?
JP - As duas coisas: a cultura é um dom artístico e vice-versa. Sendo a poesia uma arte; nós devemos procurar ser seus artífices.
 
CP - De que poetas recebeste influências?
JP - Do Bocage, Florbela e António Aleixo... e outros poetas consagrados. Nos sonetos artísticos, o Bocage; nos românticos, a Florbela, e nas quadras e versos populares, o Aleixo. – Há por aí alguns fabricantes de sonetos que não sabem o que dizem e fazem! Adulteram tudo... e conotam-se como verdadeiros sonetistas!
 
CP - Quais são os teus poetas favoritos?
JP - António Aleixo e Bocage – o primeiro, por ser um verdadeiro trovador.
 
CP - A poesia é um bem universal?
JP - É em várias vertentes e no bom sentido cultural.
 
CP - Muitos usam a poesia como "afirmação pessoal", outros fazem dela um "negócio"... Que dizes sobre isso?
JP - Esses são oportunistas, farsistas e parasitas!...
 
CP - Tens livros publicados?
JP - Não... por não gostar de pedinchar, para os publicar...
 
CP - Qual foi o último livro que leste?
JP - Leio tantos que não me lembro!
 
CP - És a favor ou contra os concursos poéticos?
JP - Sou a favor, mas contra alguns júris incompetentes, que julgam sem possuir conhecimentos dessa arte! Neste contexto, são como um sapateiro a julgar um alfaiate!
 
CP - Achas que a poesia está bem divulgada em Portugal?
JP - Muito mal, especialmente a clássica. - Há por aí muitos a engendrar a escrita, outros escrevinham  palavras ao calha… depois fazem livrinhos e vendem-nos como rebuçados!
 
CP - Tens mais algum hobby além da poesia?
JP - O fado! - gosto de ouvir, tocar e cantar um bom fado castiço.
 
CP - És contra ou a favor do novo acordo ortográfico?
JP - Sou contra; pois quero saber quando digo cágado e fato... com excepção de alguns.
 
CP - O apoio ao deficiente é importante? O que se deve fazer para melhorar essa situação?
JP - “Muito importante”: deve-se ser sensível, humano e tolerante; e aplicar algum dinheiro nessas áreas, fazer mais Instituições e Lares Residenciais e equipá-las com gente competente e especializada; que é o que falta em Portugal... e eu que o diga! Tenho más recordações que me melindraram e feriram a alma.
 
CP - Que pensas dos nossos políticos?
JP - Penso bem de poucos e penso mal de muitos... devia ser ao contrário... mas...
 
CP - Valorizas a amizade?
JP - Valorizo imenso; porque a amizade ao contrário do amor, não é exigente.
 
CP - O que fazias se um amigo te traísse?
JP - Ficaria triste e teria que esquecer... mas primeiro exigia-lhe que me explicasse a razão da traição.
 
CP - O que mais aprecias numa pessoa?
JP - A amizade, lealdade, franqueza, honestidade e frontalidade.
 
CP - Como defines o amor?
JP - Um Amor verdadeiro é incomensurável e precioso.
 
CP - O que levavas contigo para uma ilha deserta?
JP - A pessoa que mais amo na vida.
 
CP - O que representa para ti "Os Confrades da Poesia"?
JP - “Os Confrades da Poesia” é um espaço cultural, subtil, poético, reconfortante... que simboliza a irmandade, a camaradagem, a simpatia... é concretamente uma obra de Homens e Mulheres, poetas sabedores, que facultam ao Confrade um convívio cívico, cultural e ameno. Como é o caso dos elementos directivos e seus colaboradores mais destacados.
 
CP - Consideras útil este tipo de comunicação?
JP - Utilíssimo; porque é elaborado por pessoas competentes e amantes da poesia.
 
CP - Achas que o Boletim está bem conceituado?
JP - Está muito bem. Eu não faria melhor nem igual... os meus parabéns!
 
CP - Que rubricas (além das actuais) gostavas de ler no Boletim?
JP - De momento não me ocorre qualquer ideia... ele já está tão perfeito e recheado!...       
 
CP - Para finalizar, queres acrescentar mais alguma coisa?
JP - Gostava de conhecer melhor as regras da poesia, nomeadamente nos sonetos; e que respeitassem melhor esta arte... pois andam para aí muitos “filósofos sem filosofia”! Aproveito para agradecer o ensejo desta Entrevista e desejo os maiores êxitos ao Boletim; aos elementos directivos e a todos os Confrades em geral.
 
Bem-Hajam! Confrade: João da Palma Fernandes
 
 

"CONFRADES DA POESIA"

www.confradesdapoesia.pt