"BIOGRAFIA" |
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João Coelho dos Santos |
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JOÃO COELHO DOS SANTOS
- Nasceu
em Lourosa, Santa Maria da Feira, a 14 de Agosto de 1939. Seus
pais foram o industrial José Coelho dos Santos e Maria Celeste
Fernandes Tavares.
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Blog: http://joaocoelhodossantos.blogs.sapo.pt/ | |
E-mail: joaocoelhosant@gmail.com |
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O TEMPO E A IDADE
Conto espantado o tempo passado.
No futuro que contarei?
Não sei.
Sei que tempo já passou;
Não sei quanto passará.
Se soubesse quanto de vida terei
Saberia, com verdade
A minha idade.
Assim, não sei.
Mas que importa trovador?
Vive e canta, prova a dor.
Sonha sonhos floridos,
Sente todos os sentidos,
Solta canções ao vento,
Melodias às estrelas,
Versos do pensamento.
Trova, trova, trovador,
Entoa hinos com alegria e verdade
Ao Amor, à Paz, à fraternidade,
E o Mundo será melhor.
Para quê, para quê, saber a idade?
AUTO-RETRATO
Sou vagabundo errante Que nunca encontrou um abrigo, Vivo na rua da vida, Na rua por onde sigo... Sou um jovem disfarçado, Um triste que em vão chora A inconstância da Sorte; Sou um velho derrotado Que jaz na fria laje E sente o sopro da Morte... Sou Amor que agora vive, Desilusão que logo virá; Sou hoje intrusa lembrança Que morrerá amanhã. Sou um simples devaneio E dele o rastro ficou; Serei um dia, mais tarde, Restos... do Nada que passou. Natal de Quem? Mulheres atarefadas Tratam do bacalhau, Do peru, das rabanadas. - Não esqueças o colorau, O azeite e o bolo-rei! - Está bem, eu sei! - E as garrafas de vinho? - Já vão a caminho! - Oh mãe, estou pr'a ver Que prendas vou ter. Que prendas terei? - Não sei, não sei... Num qualquer lado, Esquecido, abandonado, O Deus-Menino Murmura baixinho: - Então e Eu, Toda a gente Me esqueceu? Senta-se a família À volta da mesa. Não há sinal da cruz, Nem oração ou reza. Tilintam copos e talheres. Crianças, homens e mulheres Em eufórico ambiente. Lá fora tão frio, Cá dentro tão quente! Algures esquecido, Ouve-se Jesus dorido: - Então e Eu, Toda a gente Me esqueceu? Rasgam-se embrulhos, Admiram-se as prendas, Aumentam os barulhos Com mais oferendas. Amontoam-se sacos e papeis Sem regras nem leis. E Cristo Menino A fazer beicinho: - Então e Eu, Toda a gente Me esqueceu? O sono está a chegar. Tantos restos por mesa e chão! Cada um vai transportar Bem-estar no coração. A noite vai terminar E o Menino, quase a chorar: - Então e Eu, Toda a gente Me esqueceu? Foi a festa do Meu Natal E, do princípio ao fim, Quem se lembrou de Mim? Não tive tecto nem afecto! Em tudo, tudo, eu medito E pergunto no fechar da luz: - Foi este o Natal de Jesus?!!! |
VENTO MAROTO - II
Será que o vento
É mesmo bom bailador?
É mais, muito mais...
Incansável corredor.
Vento livre e vagabundo
Corre por todo o Mundo.
Tudo leva à sua frente
Corre,
Corre,
Corre,
Corre,
Mete-se com toda a gente!
Depois de tanto correr,
Num instante, de repente,
Resolve desaparecer.
Às vezes é bom bailador
E põe-se a rodopiar,
E se vê mulher gira,
Também sabe assobiar.
Do que o maroto gosta mesmo,
É as saias levantar.
Não tem juízo nem tento.
É doido-varrido, o VENTO!
Manda Beijos
Manda beijos ao vento Que ele mos traz a mim. O vento leva recados O vento varre pecados O vento leva saudades Percorrer montes, cidades, Embala meu bergantim. Na cabeça tens uma fita Por sobre a orelha uma rosa. Sabes que ficas mais bonita E segues teu caminho vaidosa. O TEMPO E A IDADE Conto espantado o tempo passado. No futuro que contarei? Não sei. Sei que tempo já passou; Não sei quanto passará. Se soubesse quanto de vida terei Saberia, com verdade A minha idade. Assim, não sei. Mas que importa trovador? Vive e canta, prova a dor. Sonha sonhos floridos, Sente todos os sentidos, Solta canções ao vento, Melodias às estrelas, Versos do pensamento. Trova, trova, trovador, Entoa hinos com alegria e verdade Ao Amor, à Paz, à fraternidade, E o Mundo será melhor. Para quê, para quê, saber a idade? VENTO MAROTO - I No Inverno está gelado E ninguém o quer sentir, Fecham-lhe janelas e portas... Todos lhe querem fugir. Na Primavera está calmo No seu beijar de flores; A eles leva recados, A elas juras de amores. No Verão vai à praia, Quase sempre sossegado; De mansinho acaricia Um corpinho bem tostado. No Outono arranca folhas E anda numa dubadoura Pois mete-se-lhe na cabeça Que tem de servir de vassoura. |
"CONFRADES DA POESIA" |
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