"BIOGRAFIA"

João Coelho dos Santos

 
 

JOÃO COELHO DOS SANTOS - Nasceu em Lourosa, Santa Maria da Feira, a 14 de Agosto de 1939. Seus pais foram o industrial José Coelho dos Santos e Maria Celeste Fernandes Tavares.
Aos onze anos de idade ficou órfão de Mãe. Passou a viver em Lisboa tendo estudado no Colégio “O Académico”, no Liceu Camões, no Colégio de São José - Mangualde, e na Faculdade de Direito de Lisboa. Foi, durante quase vinte e três anos, Secretário Geral do ACP-Automóvel Club de Portugal e, durante dois mandatos, Vereador do CDS na Câmara Municipal de Lisboa.

É membro, com diversos graus honoríficos, de dezenas de instituições portuguesas e estrangeiras. É membro dos Confrades da Poesia há décadas.
É autor de 61 livros (31 Poesia, 11 Teatro, 5 Biografias históricas e 14 Pedagógico/didáticos)
Blog: 
http://joaocoelhodossantos.blogs.sapo.pt/ - http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/JoaoCoelhoSantos.htm

 

 
Blog: http://joaocoelhodossantos.blogs.sapo.pt/

E-mail: joaocoelhosant@gmail.com

 

O TEMPO E A IDADE
 
Conto espantado o tempo passado.
No futuro que contarei?
Não sei.
 
Sei que tempo já passou;
Não sei quanto passará.
Se soubesse quanto de vida terei
Saberia, com verdade
A minha idade.
Assim, não sei.
 
Mas que importa trovador?
Vive e canta, prova a dor.
Sonha sonhos floridos,
Sente todos os sentidos,
Solta canções ao vento,
Melodias às estrelas,
Versos do pensamento.
 
Trova, trova, trovador,
Entoa hinos com alegria e verdade
Ao Amor, à Paz, à fraternidade,
E o Mundo será melhor.
 
Para quê, para quê, saber a idade?
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUTO-RETRATO
 

 
Sou vagabundo errante
Que nunca encontrou um abrigo,
Vivo na rua da vida,
Na rua por onde sigo...
 
Sou um jovem disfarçado,
Um triste que em vão chora
A inconstância da Sorte;
Sou um velho derrotado
Que jaz na fria laje
E sente o sopro da Morte...
 
Sou Amor que agora vive,
Desilusão que logo virá;
Sou hoje intrusa lembrança
Que morrerá amanhã.
 
Sou um simples devaneio
E dele o rastro ficou;
Serei um dia, mais tarde,
Restos... do Nada que passou.
 
 
 
 
Natal de Quem?
 
Mulheres atarefadas
Tratam do bacalhau,
Do peru, das rabanadas.
- Não esqueças o colorau,
O azeite e o bolo-rei!
- Está bem, eu sei!
- E as garrafas de vinho?
- Já vão a caminho!
- Oh mãe, estou pr'a ver
Que prendas vou ter.
Que prendas terei?
- Não sei, não sei...
Num qualquer lado,
Esquecido, abandonado,
O Deus-Menino
Murmura baixinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Senta-se a família
À volta da mesa.
Não há sinal da cruz,
Nem oração ou reza.
Tilintam copos e talheres.
Crianças, homens e mulheres
Em eufórico ambiente.
Lá fora tão frio,
Cá dentro tão quente!
Algures esquecido,
Ouve-se Jesus dorido:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Rasgam-se embrulhos,
Admiram-se as prendas,
Aumentam os barulhos
Com mais oferendas.
Amontoam-se sacos e papeis
Sem regras nem leis.
E Cristo Menino
A fazer beicinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
O sono está a chegar.
Tantos restos por mesa e chão!
Cada um vai transportar
Bem-estar no coração.
A noite vai terminar
E o Menino, quase a chorar:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Foi a festa do Meu Natal
E, do princípio ao fim,
Quem se lembrou de Mim?
Não tive tecto nem afecto!
Em tudo, tudo, eu medito
E pergunto no fechar da luz:
- Foi este o Natal de Jesus?!!!
VENTO MAROTO - II
 
Será que o vento
É mesmo bom bailador?
É mais, muito mais...
Incansável corredor.
Vento livre e vagabundo
Corre por todo o Mundo.
Tudo leva à sua frente
Corre,
         Corre,
                    Corre,
                               Corre,
Mete-se com toda a gente!
Depois de tanto correr,
Num instante, de repente,
Resolve desaparecer.
 
Às vezes é bom bailador
E põe-se a rodopiar,
E se vê mulher gira,
Também sabe assobiar.
Do que o maroto gosta mesmo,
É as saias levantar.
 
Não tem juízo nem tento.
É doido-varrido, o VENTO!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manda Beijos
 
 

Manda beijos ao vento
Que ele mos traz a mim.
O vento leva recados
O vento varre pecados
O vento leva saudades
Percorrer montes, cidades,
Embala meu bergantim.
 
Na cabeça tens uma fita
Por sobre a orelha uma rosa.
Sabes que ficas mais bonita
E segues teu caminho vaidosa.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O TEMPO E A IDADE
 
Conto espantado o tempo passado.
No futuro que contarei?
Não sei.
 
Sei que tempo já passou;
Não sei quanto passará.
Se soubesse quanto de vida terei
Saberia, com verdade
A minha idade.
Assim, não sei.
 
Mas que importa trovador?
Vive e canta, prova a dor.
Sonha sonhos floridos,
Sente todos os sentidos,
Solta canções ao vento,
Melodias às estrelas,
Versos do pensamento.
 
Trova, trova, trovador,
Entoa hinos com alegria e verdade
Ao Amor, à Paz, à fraternidade,
E o Mundo será melhor.
 
Para quê, para quê, saber a idade?
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VENTO MAROTO - I
 
No Inverno está gelado
E ninguém o quer sentir,
Fecham-lhe janelas e portas...
Todos lhe querem fugir.
 
Na Primavera está calmo
No seu beijar de flores;
A eles leva recados,
A elas juras de amores.
 
No Verão vai à praia,
Quase sempre sossegado;
De mansinho acaricia
Um corpinho bem tostado.
 
No Outono arranca folhas
E anda numa dubadoura
Pois mete-se-lhe na cabeça
Que tem de servir de vassoura.
 
 

"CONFRADES DA POESIA"

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