"BIOGRAFIA"

"Glória Marreiros"

 
 

 

Maria da Glória Duarte Marreiros José - Nome liaterário "Glória" - nasceu em Monchique, onde passou a infância e parte da sua juventude, tendo fixado residência em Portimão já há alguns anos.
Filha do conhecido poeta popular monchiquense Inácio Marreiros, foi ainda na infância que a sua inspiração poética se revelou.
A sua sensibilidade apurada encontrou na prática da religião católica a satisfação de se devotar ao serviço dos outros. Foi catequista e, pelas suas qualidades de liderança e de facilidade de comunicação, desempenhou as funções de Presidente da Acção Católica em Monchique. 
Em 1991 começou a colaborar em jornais. Do Algarve, nos “Vila de Estômbar” e “Postal do Algarve”; de Lisboa, no jornal nacional “Poetas & Trovadores” e na conhecida revista “Turis Moda”, aparecendo com trabalhos seus ao lado de nomes famosos, como Dr. Alberto João Jardim, Dr. Mota Amaral, Engº Kruz Abecassis, Engº Aguiar de Carvalho, Engº Carlos Pimenta, Elísio Neves, Francisco Camilo, Dr. Barroso da Fonte e João Leal. 
Tem participado em muitos Encontros de Poesia, em diversas partes do País. Poemas seus estão incluídos em diversas Antologias, entre elas, IV e V ANTOLOGIA DE POESIA PORTUGUESA Contemporânea, ANTOLOGIA DA POESIA FEMININA ALGARVIA e colectâneas, como POETA É O POVO nº 1, da Algarve em Foco Editora, POETA É O POVO nº 2, da APPA, MÃOS DADAS, da Editorial Poetas & Trovadores, COLECTÂNEA DE POESIA, do INATEL (1995), POETAS MAIÚSCULOS, do “Jornal da Amadora”, etc. 
Foi autora da letra de uma das canções premiadas no III Festival da Canção Juvenil das Festas de Santa Catarina, na Praia da Rocha, tendo sido convidada no ano seguinte para fazer parte do júri desse Festival. Foi também membro do júri do VIII  Festival Internacional da Canção Infantil, organizado pela Junta de Freguesia de Portimão, em 1992. 
Deu entrevistas em rádios sobre a sua obra poética e obteve, por todo o País, várias centenas de prémios literários em Jogos Florais, nas modalidades de Crónica, Ensaio, Conto e Poesia. Prefaciou vários livros. 
Membro de:
 "Associação dos Jornalistas e Escritores" - Algarve e da "Academia Antero Nobre"; “APP”; “Varanda das Estrelícias”; “Portal CEN”; “Confrades de Poesia”.
 
Bibliografia:
Rochedo de Solidão - Dançar na Tempestade - Embalar a Mágoa - Silêncio do Riso - Terra de Ninguém - Colar de Pérolas - Emoções em Terra Doce - Bailados Secretos em Noites de Luz - E depois do Amanhã?
 
Sites:
 
 

SE...

Se um dia eu te disser: Vem ter comigo!
Deixas o bem-estar do teu castelo,
a mesa sempre posta, com desvelo,
a cama de veludo tão antigo,

a volúpia, sem par, do teu abrigo
com pinturas e tons de oiro amarelo,
as aias que te envolvem num anelo
e o sonho de não veres um perigo?

Se esse dia chegar, em céu-aberto,
e eu sentir teu aroma bem de perto,
o nada será brilho onde me inundo.

Minha voz fará eco sobre o monte,
dizendo ao firmamento que te conte
o prazer de eu ter vindo a este mundo.
 

Glória Marreiros - Portimão


 
 
MEUS BENS
 

Penhoraram-me os bens. Vivo sem nada.
Levaram meu vestido de brocado
e o lençol nupcial, com seu bordado,
são saudade carpindo em luz velada.

A tela cor-de-rosa foi levada
com o berço que eu tinha, do passado,
até, as secas flores do toucado
caíram, uma a uma pela estrada.

Quem primeiro partiu, aos turbilhões,
foi a taça onde eu tinha as ilusões
com memórias dos tempos de bonança.

Depois, foram estrelas, diademas,
mas quando me levaram os poemas
chorei como se fosse uma criança.

 

 

DESILUSÃO

Vesti o meu vestido de ilusões,
sentei-me junto à mesa de trabalho
dizendo, para mim, o quanto valho
porque sei escrever como Camões!

Bebi sofregamente as pretensões
de ver nos meus poemas agasalho
ao néctar do lirismo, aonde espalho
a certeza das minhas dimensões.

Acordei. Vi rasgado o meu vestido,
na mesa estavam versos sem sentido
e o relógio batia a minha hora.

Peguei nos meus papéis e, passo a passo,
fui pô-los junto àquele grande maço
que um dia deve ser p'ra jogar fora...

 
Glória Marreiros - Portimão

 

 

 

O MEU RELICÁRIO
 
 
No meu relicário há rosas sem fim,
já murchas, caídas, no tempo que passa,
perderam seu âmbar, vestígios de graça,
lembrando os pedaços que noivam meu fim.
 
E nesses sudários, meu rosto carmim,
carmim?... Mas na hora em que o riso esvoaça
em castos poemas, escritos com raça,
na chuva a bailar em redor do meu sim.
 
Mas eu já não sei dos fracassos da vida…
Torturas de outrora, deixando vencida
a caixa das contas, que tem meu rosário.
 
Perdi a esperança no espaço da lei,
onde há rosas secas e beijos que dei
sem troca, a murcharem no meu relicário. 
 
 
Glória Marreiros - Portimão
A DANÇA DAS PALAVRAS
 
Foste o mel que adoçou a vida amarga,
que a lua, tristemente, me trazia.
Foste uma taça erguida à alegria,
com o sabor secreto duma sarga.
 
Libertaste minha alma, duma carga
submersa de doutrina que atrofia.
Agora a noite é escassa e fugidia
e a madrugada é luz que não me larga.
 
Deste asas aos prazeres do desejo,
trouxeste brisas leves, onde vejo
a ilusão formar um novo abrigo.
 
Foste o pão e o vinho, que não tive,
e a valsa dos meus beijos, em declive,
na dança das palavras que não digo!
 
 
Glória Marreiros - Portimão
in (Emoções em Terra Doce)
 
 
 
ESSÊNCIA DO EXISTIR
 
Existem primaveras com mil flores
e verões feitos de oiro e calmaria,
outonos onde a fruta é uma orgia
a dar ao nosso inverno outros sabores.
 
Existem as manhãs plenas de cores,
que atingem o seu rubro ao meio-dia
e tardes de novenas e magia,
com noites de luar e de louvores.
 
Existem paixões plenas de carinho
na ânsia de encontrarem o caminho
das terras que lhes foram prometidas.
 
Existem, sem se ver, tantas visões,
que pulsam, sem parar, nos corações
dos sonhos que alimentam nossas vidas.
 
 
Glória Marreiros - Portimão
 
 
 
 
E DEPOIS DO AMANHÃ?
 
 
E depois do amanhã, que se aproxima
em laudes que transmitem minhas rezas,
talvez que eu veja estrelas sempre acesas
na extrema-unção do brilho que me anima...
 
E seja um campo santo, noutro clima,
onde as palavras se oiçam, sempre ilesas,
e com sons que tilintam sobre as mesas
que citam o sabor da minha rima.
 
Há esperança, incerteza, no futuro
do meu sonho, que aspira por ser puro
nas cores dum matiz que esmoreceu...
há-de fazer-se luz na minha treva
e o céu dirá ao sol para que escreva
que, depois do amanhã, existo Eu!
 

Glória Marreiros - Portimão
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

"CONFRADES DA POESIA"

www.confradesdapoesia.pt