"BIOGRAFIA" |
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Artur Gomes |
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Artur Manuel Santos da Silva
Gomes, nasceu em Amora a
04 de Abril de 1957, no seio de uma família humilde de operários
corticeiros, esta origem de classe ainda hoje o acompanha e
molda o seu temperamento e ideais.
Casou muito cedo, tinha 18 anos e
terminara nesse ano o curso de formação de Electricistas na
Escola Industrial e Comercial do Seixal, e quando se preparava
para ingressar no Instituto Superior Técnico, foi recrutado para
a Marinha de Guerra Portuguesa, onde continuou a carreira de
Electricista e deu largas á sua vocação Marítima, viajando um
pouco por todo o mundo. Acabou por se formar em grandes sistemas
informáticos e após uma carreira Militar preenchida de mais de
13 anos acabou contratado por uma instituição bancária para os
seus quadros de informática e ai se manteve até ser reformado. “Rádio Confrades da Poesia”... |
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Bibliografia: "Os Pequenos Nadas de uma Vida" Brevemente | |
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Canção no mar de liberdade
Partir é morrer um pouco Cavalgar as ondas do mar Viver a vida de um louco Até o navio atracar Vais com a corrente do vento Sempre atrás da quimera, Mas não tiras do pensamento O amor que em casa espera Mar, horizonte aberto de liberdade Quebrando grilhetas de ansiedade Onde revelas tudo o que anseias E de qualquer som se faz uma canção Que as ondas cantam com emoção A mais linda canção para as sereias Artur Gomes - Amora A Carantonha da Correnteza Quinta da Maria Pires lá atrás Bem na frente o nosso Rio Á esquerda a Tia Perpétua E á direita o meu tio Quem vinha do Correr d´água Trabalhar no Pampolim Trazia sempre lembrança Que deixava para mim. Na minha memória arquivo. A vida na Correnteza Fosse o Raul Vindima vivo E essa carantonha feia Vinha pro chão de certeza Artur Gomes - Amora Poema Eléctrico Ao fim de muita maçada. Pra tratar da papelada. E ter de ir ao especialista. Andei 10 anos a aprender. E lá consegui fazer. Exame para electricista. De ferramenta na mão. Fiz uma comutação. Que não se pode esquecer. Ficou tão bem ligada. Que a lâmpada desgraçada Não conseguia acender. Na minha prova teórica. Usei de grande retórica. Semântica e dialética. Que o examinador coitado. Gritou para mim zangado. Faça uma prova eléctrica. Quando cheguei aos motores. Até chamaram os doutores. Para me examinar. Ver as máquinas a rugir. Ver toda a gente a fugir. E o motor a desarvorar. Depois de um exame brilhante. Disseram-me num instante. Um resultado nunca visto. O exame foi rasgado. O Senhor está chumbado. Não tem jeitinho para isto. Quero ser electricista. Nunca do sonho eu desista. Nem que me custe milhões. Uma instalação ligar Geradores associar. E domar os electrões. Artur Gomes - Amora Carnaval com molha Fui brincar ao Carnaval. Com uma mascara trabalhada Mas veio a chuva e afinal. Fiquei com a mascara molhada. Estava tudo preparado O meu amor me chamou Para ver o corso, passar. Mas o corso não passou Fiquei todo arreliado. Pois para isso sou um ás. Para fugir á chuvada. O corso voltou para traz. Mascarado de marinheiro. Sem ter onde me abrigar. Porque chuva que é civil. Não molha o militar. E no meio da desgraça. Para não me molhar sozinho. Voltei outra vez para casa. Para tomar um chazinho. Artur Gomes - Amora |
Poema Açores Nove ilhas dos Açores. Tao belas como os amores. Ficam sempre na lembrança. Se arriba a Ponta Delgada. Avista logo á chegada. O convento da Esperança Aqui ficam as miúdas. Umas pequenas outras graúdas. Que para aqui vêm estudar. Juntaram tanta fartura. Tanta fruta já madura. Com as freiras a guardar. E assim que o serviço acaba. O marujo solta amarra. E dá asas á alegria. O Marinheiro sai na terra. E rápido a presa ferra. Porque é boa a pontaria. Eu nunca foi pescador. Seja de peixe ou de amor. Nunca lhe dei atenção. Mas tive sorte afinal. Caiu-me na Imperial Uma moça da Povoação. Naquela tarde sem vento. Levei-a até ao convento. Tal cavalheiro á maneira. Já lhe segurava a mão. E falava ao coração. Quando apareceu a Freira. Que falou com voz de fada. Mostrando não estar zangada. Mas dizendo logo ali. “Eu avisei toda a gente” “E a si principalmente” “Não queremos homens aqui” E a moça toda atrevida. Sem se dar por vencida. Respondeu bem de repente. Eu só quero agradecer. Veio para me conhecer Um primo do Continente Mas que grande simpatia. Diz a freira com alegria. Vem connosco até á missa. E para a simpatia pagar. Ainda fica para jantar. Batatas com hortaliça. Tudo cumpri a preceito. Fui sempre primo direito. Que a sentença nem foi dura. E para parecer educado. Ainda fiquei um bocado E faltei á formatura. E assim fiz este poema. Com o amor como tema. De uma história banal. Hoje é só recordação Da moça da Povoação Que caiu na Imperial Artur - Amora Sempre lhe achei tanta graça Sempre lhe achei tanta graça Á minha terra de Amora Quanto mais o tempo passa Menos gosto de ti agora De tanto te porem bela Talvez com boa intenção Estão a dar cabo dela E a esconder a tradição Estragaram a praça toda De arvores e bancos pacatos Quiseram ficar na moda E esconderam os “lobatos” O coreto e o seu jardim Não me sai do pensamento Por haver gente assim Hoje és “jardim de cimento” Eu tenho muitas saudades Da amora dos trabalhadores Que me ensinavam mais verdades Que agora alguns douctores De tantos versos que escrevi Sem dizer nada de jeito Escrevi sempre o que senti Sem nunca lhe achar defeito Quem te viu rio judeu Com tanto peixe a saltar Onde jovens como eu Aprenderam a nadar Aparece dinheiro para tudo Do imposto ou da derrama Mas só o rio fica mudo E morre afogado em lama São estes versos sem graça Do meu coração agora Quanto mais o tempo passa Mais eu choro pela Amora Artur Gomes - Amora |
"CONFRADES DA POESIA" |
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