"BIOGRAFIA"

"Anna Paes"

 

Anna Paes Leme Jota - Goiana de Itumbiara; nasceu a 07 de Março de 1955. Filha de português e mineira descendente de franceses cursou seus estudos sempre em colégios salesianos de onde veio sua formação católica praticante e ao final suas ramificações, como a maioria, espiritualista. Casada, mãe de quatro filhos, reside em Brasília.
Sempre escreveu histórias infantis e na adolescência já fazia poeminhas (o que na verdade não é seu forte e sim as artes plásticas).
Desenhar era primordial e fazia parte do dia-a-dia estendendo-se até os dias de hoje com óleo sobre tela.
Estudante em dois cursos distintos na área da saúde.
Acabou por formar-se em Assistência Social.
Está ligada ao “Recanto das letras” e a outros portais da Internet. Actualmente é membro de “Confrades da Poesia” - Amora - Portugal.
 
Bibliografia:
Livros digitais editados -  Recortes; Ensaios; Sin Estribillo; Do nada, a ti; Rascunhos; Tin-Tin; Sem Sentidos; Faces; perambulando; Noites de Amor; Ouse ser.
 
Sites.: http://diariogeral.zip.net
 

Existência
 
 

 
só pq sei que você existe
e que pode:
espantar meus fantasmas
desdobrar-se em atenções
Mimarme ninar
amar sem nem saber
que me ama.
desejar ao extremo a presença,
(mas na distancia
só seus olhos perpetuam.)
meu corpo arde como brasa
sentindo o seu e
no espaço que nos separa
e repara danos
nos reencontramos
nos doamos
nos sentimos
e jorramos prazer
que se transforma em luz cósmica
a mesma luz que irradia de teu ser
reflete em meu perpetuar em ti
E perpetuo em ti como se
do nada viesse e só a ti
tivesse.
(libertando Rainhas
Reis, escravos e  fantasmas que povoavam meu ser.
Ainda contarei das Rainhas aprisionadas em mim.)
 
 
 
 
 
 
Tatuada
 
Tatuei meu coração com a letra de seu nome...
Meu corpo com uma borboleta.
Deixei que beijasse as formas
E, também a borboleta.
Colocada entre meus seios...
Voava entre seus beijos.
Meu corpo ficou marcado
Pelas delícias de seus beijos
Suas mãos tatuaram meu ser
De amor e paixão.
 
 
 
 
 
 
 
Oscilação
 
Sinto-me perdida entre as folhas secas
deste outono que chegou tão rapidamente.
Minha mente oscila num vazio constante e incoerente,
sem a tua presença envolvente e quente.
São noites sem luar e com estrelas sem brilho algum a povoar.
Pela manhã, quando o sol nasce,  a esperança não renasce,
então, vejo-te em um sonho-devaneio de tormentas vagas
que, desfilam criteriosas num amanhecer solitário e gelado.
Para correrem pelo dia afora
e adormecerem nas sombras pela noite fria,
sem ti...
Senti!
 
 


 
LIBERDADE!
(Quando o Poder sobe à cabeça)
 
 
 
Quando o Poder sobe à cabeça, ele dá é nó,
Revela-se um  lado mal-amado, tão feio de ser,
Só pode, porque revela-se em mal; baixa auto-estima?
Por que não querer o bem,  se o tem? ou não tem?
Poder, serve mesmo, prá quê?
 
É só parar e olhar os sinais, aí estão...Vê?
Não é só na política não, políticos...Críticos mesmo;
Nem só em parlamentos. Melhor, dizendo,
Se dá em todo lugar, ah, o Poder! Este está nas pessoas
das Escolas, das Igrejas, das Instituições, dos Grupos...
 
É tão duro constatar esta "real" destruição,
Tanta gente perdendo a consciência, que pena!
Assim, tão rapidamente quando sente que algum Poder têm;
Sobre quem? Pensa que têm? Por que o têm? Sobre outros???
E a ética? Fica na estética do fim da rua. Pensa que é dono?
 
Quanta tolice e mesquinharia se vê em nome de Poder;
Mesmo com  troca de nome, sentimos, se não é o nosso doado
Em escolha, e ainda têm gente que pensa que isso dá Ibope ou
que Ibope tem por ser conivente andando de mãos dadas; quanta pequenez!...
O Poder corrompe, vovó dizia; pensava não ser real, porém...
 
Sem fazer julgamentos, prá falar tenho livre-arbítrio, ainda bem, sobrou!!!
Mas, juro eu lamento, tanta discriminação neste jogo sujo chamado PODER
Forças medidas. Batalhas? Tanto desamor e, falam em união por outro lado?
De quê? Ninguém é mais que ninguém, se achar, perde seu tempo na ilusão.
Não tenho medo de ninguém_ ninguém paga minhas contas, eu digo e repito.
 
No caixão não tem gavetas, nem prá honras, jóias, egos, dólares ou poder.
O que dizer mais eu posso? Eu que não devo nada à ninguém, ainda bem!
Pago minhas contas e faço acertos com minha consciência, por  meu bem.
Quer alguém ter Poder sobre mim? meu pensar? meu viver? meu escolher?
Pára já! Nunca! Sou livre por dom doado; censura acabou... e não calo mais.
 
Calado é o escravo que se submete a qualquer tipo de Poder...Já era!
Falando, gritando, quem sabe, abra-se uma janela nas mentes
onipotentes, de quê mesmo? De amor e perdão é que não....De gelo? Desilusão.
Respeito nem se fala, consideração...doce ilusão, em Poderio não há não.
Só sinto gosto de charque salgado dos poderes desvairados...Que sede...
 
E só sei o que minha consciência e censura própria dita, minha dor
é só minha, o amor, o sono, a luta e a fome  também...Alguém pode algo por
mim escolher? Não dou meu grande presente, pois todos já têm o seu. 
Se sabem usar ou não, o problema não é meu, é só deles!.Gente um alerta!!!!
Ninguém é melhor que ninguém, se despertar para o presente chamado:
 
LIBERDADE!
 
 
Basta-me
 
 

 
Hoje, não preciso de mar, nem barco
Basta-me um trapicho jogado sobre a água
Como aquele à beira do lago,
E todas as minhas lembranças!
 


 
 
 
 
Voo
 
 
O dia se foi e você não veio.
A noite cai mansamente sobre o jardim florido
enquanto meu coração partido
anseia a liberdade e tenta um voo
 
Voo sem destino, sem imagens, sem  fantasias
Um sobrevoo na verdade, a alturas  extremas
Onde me encontro em meio a pássaros
que procuram abrigo, numa rasante espetacular
 
Viro águia, volto à origem
Como  um dia comentou antigo amigo
Que  alço voos estupendos
 
Viajo longe e alto
Mas sempre volto ao ninho
Sou a poeta que ama(va) o amor
 
 
 
 
Onde?


Aquele sorriso maroto que mais parecia de moleque
descalço na calçada gelada que parecia sentir
quando ainda o sol fervilhava?
Onde foi  parar o horizonte de teus olhos?

Tenho tanta coisa para te contar:
Do dia que caiu tristonho sem sua graça, presença
alheia a minha, seria nobreza da alma?
Seria  falta de interesse?

Teus olhos se voltaram para um canto qualquer
onde os meus não paravam?
Cruel desengano, martírio, que dor insuportável

Onde a primavera te levou,
se teu canto me parece mais desencanto
que de mim, se esqueceu!

 
 
 

Viagem

Deslizava, suave melodia entre águas e tintas
todos os meus sonhos de menina
Ancorava a vida, fantasias e 
as tintas  seguiam algum traçado indecente

buscando entre as águas algum clarão diferente
Luz do sol, da lua, das estrelas
Verde mar, azul anil, lilás arco-iris
Terra! ancorada nau

já não vaga solitária
Velas a prumo entrecortadas pelo vento
areias soltas, cegando passantes

revoam, ondas  submergem, emergem
juntam espumas   nos barcos
da minha vida
 
 
 
 

Insegurança

Sinto-me insegura ao falar de poesia
Na rima  ou sem rima tudo me parece obscuro
Se  tento soneto, sai destoada a rima
Mas, a sinto num todo, como sopro

De anjo bem-humorado a carregar-me
  pelos dedos ensaindo um verso ou dois
Para tentar rimar, na verdade
O que não consigo expressar

nem em versos, nem em prosa
Corro pelo meio se é dia
se é noite vou pela tangente

já não separo a prosa do verso
fico num reverso total
pois tudo é Poesia

 
 
 
 
Naufrágio
 
Navegando a mil por  hora, foi-se a nau
Solta, leve, velas ao vento..
Vento forte soprava , navegava, navegava
Cheia de esperanças buscava o horizonte
 
Vislumbrava   ao longe rios caudalosos,
 florestas encantadas, arco íris, céu anil!
Folhas de coqueiro ao vento, balouçavam cordiais
Flores volitavam ao sabor do vento
 
Vento! A nau  verde esperança
Agora marron  navegava ao sabor das ondas
Triste destino! Quis o mar que não chegasse!
 
Ventania, naufrágio a vista
Horizonte perdido, nunca mais navegará
a pobre nau  encantada!
 
 
 
 

"CONFRADES DA POESIA"

www.confradesdapoesia.pt