"BIOGRAFIA"

"Aires Plácido"

 

Izalindo Aires Raimundo Plácido; (nome literário «Aires Plácido» Nascido a 8/1/50 – Natural de S. Aleixo – Monforte – Distrito de Portalegre. Possui um forte sentido pela Natureza, não gosta de mentiras, nem de hipocrisias e é caprichoso em fazer amizades. Tem consciência da imperfeição do ser humano, mas consegue ultrapassar alguns defeitos, com humildade.
Amante da leitura, gosta de música. Inclinou-se de certo jeito à poesia, que abraça em seu estado de alma. Participa com poemas em vários portais de amigos da internet.
Actualmente é membro de “Confrades da Poesia” – Amora / Portugal
 
Bibliografia:
 
 
E-mail: airesplacido@sapo.pt
 
 
Aprender
 
 
Para aprender a lavrar
Foi grande o espalhafato,
Passei o dia a praguejar
Fiz com o arado um regato.
 
E o raio do macho sabia
Que tinha atrás um labrego…
De vez em quando fugia
Teimava em sair do rego.
 
E Eu atrás da charrua
E a besta à frente dela,
A verdade nua e crua
Eu era mais besta que ela!
 
Batia-lhe julgando eu
Que a besta fosse a culpada,
Mas o engano era meu,
Que ignorância chapada!
 
No dia seguinte ao raiar
Lá fui eu todo contente,
Lá prà herdade lavrar
Já era ganhão experiente.
 
Fiz-lhe festas no cachaço
Dei-lhe um naco de pão,
Em troca o bom do macho
Fez de mim um bom ganhão.
 
A relha bem adestrada -
Tanta arte e mestria!
Deixava a leiva virada
E a semente escondia.
 
Passei a ser admirado
Aprendi com uma besta,
Quem respeita é respeitado
Faz da vida uma festa!
 
 
Aires Plácido - Amadora
 
 
 
 
 
 
Ao meu querido Pai
 
Desde sempre ouvi dizer
“Aprender até morrer”
Porém, todavia, contudo,
Se o saber não ocupa lugar
É candeia a alumiar,
Mas nunca sabemos tudo.
 
Meu pai perto dos noventa
Eu à volta dos cinquenta
Um dia na brincadeira.
Pai, é capaz de destrinçar
Escolher ali do alguidar
Irmãs da mesma oliveira?
 
O meu pai sorriu e disse:
- Escolhesses tu e eu visse
Dava-te um rebuçadinho.
Levantei-me e fui buscar
Azeitonas do alguidar
Presas no mesmo raminho.
 
O meu pai disse-me então:
- Mas que grande admiração!
Essa é boa! Assim também eu.
Mas eu fiquei convencido
E Ele terá reconhecido
Que nesse dia aprendeu!
 
Aires Plácido - Amadora
PNP NPN
 
 
Apetece-me pintar o mundo
Pintá-lo de outra cor…
Pintá-lo da cor da esperança
Com riscas da cor do amor
O mar cor de rosa, o céu lilás,
As estrelas multicolores, os dias de tule e claridade.
A terra e a felicidade da cor da paz
O sol todo ele alacridade.
Apetece-me pintar a vida
Com as cores da pureza duma criança…
- E as rosas, os sonhos?
As rosas da mesma cor,
Os sonhos todos risonhos.
- E o mal, e o sofrimento?
Peço a Deus para os banir,
Só quero no meu mundo
Vida pela vida a sorrir.
- E as pessoas?
As pessoas… as pessoas… as pessoas…
As pessoas tal e qual como são -
Todas iguais todas diferente…
Mas com uma pequena alteração.
Dois leds na testa
Um pnp outro npn
O pnp a piscar pela amizade
O npn pela falsidade
Talvez assim as pessoas
Primassem mais pela verdade…
 
Aires Plácido - Amadora
 
 
 
 
 
Crise
 
Com tanta crise o povo
Aperta, aperta, o cinto…
Já fez um furo novo
À espera do pec quinto.
 
O povo tudo sustenta
É forte tem o condão,
Mais uma vez aguenta
A apepsia da Nação.
 
A crise não é geral
Ao pé da fome     a riqueza
Sobe ao seu pedestal
Com mais força e afoiteza…
 
Portugal foi sempre assim
O mal já vem do passado,
Podia ser um jardim
Se fosse bem governado.
 
Dizer mal e dizer bem
Tantas conversas da treta,
Sem galinhas não há quem
Faça boas omeletas…
 
Mas quem será o culpado?
Nisso o povo tem razão…
Há ladrões por todo o lado
Menos dentro da prisão.
 
Aires Plácido - Amadora

 

 
A minha aldeia

A minha aldeia é diferente
De todas as aldeias do mundo.
A minha aldeia tem uns olhos brilhantes
E, tem claridade na palma da mão.
E à noite abraça a lua prateada discretamente…
A minha aldeia tem um ribeirinho, e umas Casas Altas,
Um Terreiro e um Mato e, para aqueles que não conhecem a minha aldeia…
A minha aldeia tem uma praia… sim, uma praia!
Dirão!... Os mais cépticos, este é parvo… pode lá ser! Mas, é verdade.
A minha aldeia, até tem um poço velho enterrado…com vontade de dar de beber à fantasia…
Ai, que saudades! Daqueles olhares límpidos e dos braços hirtos,
Que puxavam o caldeiro de lábios de mel…
A minha aldeia tem uma ribeira aos seus pés e, muitos não sabem que a ribeira tem um feitiço…
A minha aldeia tem uma Travessa que, era Azinhaga quando eu colhia dela, sonhos, muitos sonhos…
A minha aldeia agora está diferente. Ouvi dizer, que tem uma praça de touros cerrada…
Que tristeza! Então, a minha aldeia que é tão linda, tão vistosa, diferente de todas as aldeias do mundo, agora tem uma nódoa no regaço…

Santo Aleixo a minha aldeia tem uma lindíssima igreja e à frente da igreja, um adro a beijar o horizonte e, os olhos da minha igreja são coloridos de esperança.
 

Aires Plácido - Amadora
 
 

"CONFRADES DA POESIA"

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