"A Grande Gala dos Confrades da Poesia"

 
 
 
Grande Gala da Rádio Confrades da Poesia
 

Formato de Carlos Leite Ribeiro
 
Carlos: - Mais uma vez boa noite aos ouvintes da Rádio Criativa, que transmite desde a Marinha Grande – Leiria. Como já anunciámos, hoje vamos transmitir diretamente do Pavilhão Desportivo de Amora (concelho do Seixal) a Grande Gala da nossa colega Rádio Confrades da Poesia, onde estará o nosso colega Pinhal Dias. Ainda não conseguimos a ligação…
 
(…)Sou marinheiro
Deste velho cacilheiro
Dedicado companheiro
Pequeno berço do povo
E navegando
A idade foi chegando
O cabelo branqueando
Mas o Tejo é sempre novo
 
Carlos: - Ainda não conseguimos a ligação. Talvez a onda hertziana esteja metida no trânsito em qualquer das pontes que ligam as duas margens do rio Tejo…
 
(…)Certa noite de luar
Vinha eu a navegar
E de pé, junto da proa
Eu vi, ou então sonhei
Que os braços do Cristo-Rei
Estavam a abraçar Lisboa
 
Carlos:- A técnica está a fazer sinal que já estabelecemos a ligação, vamos verificar… Pinhal Dias…
Pinhal: - Boa noite Carlos e todo o vasto auditório da Rádio Confrades da Poesia e da Rádio Criativa. Como estamos ligeiramente atrasados, vamos começar a Grande Gala. E como aqui a Poesia está intimamente ligada à Música, temos o prazer em ter connosco, Carlos do Carmo, que vai cantar: “Lisboa Menina e Moça”. O vosso aplauso…

No castelo, ponho um cotovelo
Em Alfama, descanso o olhar
E assim desfaz-se o novelo
De azul e mar
À Ribeira encosto a cabeça
A almofada, na cama do Tejo
Com lençóis bordados à pressa
Na cambraia de um beijo

Lisboa menina e moça, menina
Da luz que meus olhos veem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida

No terreiro eu passo por ti
Mas da Graça eu vejo-te nua
Quando um pombo te olha, sorri
És mulher da rua
E no bairro mais alto do sonho
Ponho o fado que soube inventar
Aguardente de vida e medronho
Que me faz cantar

Lisboa menina e moça, menina
Da luz que meus olhos veem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida

Lisboa no meu amor, deitada
Cidade por minhas mãos despida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida
 
Pinhal: - E chegou a hora de começar a ouvir os nossos Poetas, começando pelo Confrade, João da Palma, que teve a gentileza de fazer um belo trabalho dedicado à nossa Rádio…
 
PARABÉNS! RÁDIO CONFRADES DA POESIA.

Parabéns! Para o Confrades!
Nas suas actividades
Com a sua Rádio, agora…
Será uma mais-valia,
Com música e poesia
Do Pinhal Dias, de Amora!

Entrei com o pé direito
Depois do convite feito
P’lo Pinhal, que aceitei!
Eu irei contribuir
Com poesia, e seguir,
Como posso e como sei!

É muito gratificante
Estar convosco e importante
Vivendo realidades…
É bom por ir convivendo,
Ao mesmo tempo aprendendo,
Neste Grupo, O Confrades!

Mais uma vez Parabéns!
P’la riqueza que conténs,
Confrades da Poesia!
Ao Pinhal muito obrigado
Por ter sido convidado,
O que me enche de alegria!
 

Pinhal : - E depois dos vossos aplausos, tenho o prazer de ter aqui connosco: Adelina Palma Velho – Lisboa  http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/AdelinaPalma.htm

HINO À MATEMÁTICA

Eu canto a tua beleza
ó rainha das ciências,
fora de ti a certeza
é apenas aparências...

Toda tu és perfeição
de lógica inabalável,
abstracta inspiração,
sempiterna, invariável!

Enquanto as outras ciências
vivem de investigação,
tu dispensas experiências
só da mente és construção!

Por isso foste a primeira
e tudo a ti se reduz,
nasceste desta maneira:
- Agora faça-se a luz!

És feita de absoluto
e por isso és intangível,
para tudo tens soluto
somente tu és credível!

A lógica em ti reside,
fora de ti nada a tem,
por isso só quem decide
com base em ti o faz bem...

Sobrepões-te ao que é vulgar,
pairas sobre o que é real,
mas consegues modelar
mais que qualquer material...

E apesar de imutável
derivas constantemente,
evoluindo notável
de ti mesma dependente!

Ninguém deixas indiferente,
geras emoção a esmo:
ódio de quem te é temente,
quem te entende, ama-te mesmo!...

Mas não são muitos aqueles
de quem és a predilecta,
como muito esperas deles
também nisso és mui selecta...

Só em ti eu acredito
p’ra solucionar problemas,
tudo acaba por ser dito
nalgum dos teus teoremas...

Só me entrego à tua arte...
Só por ti meu cérebro vive...
A ti devo a melhor parte
do gáudio que já obtive...

Transportas-me para um mundo
onde tudo faz sentido,
teu recôndito profundo
refrigério meu tem sido...

Deste-me este privilégio
de teu âmago abarcar,
teu supremo sortilégio
obriga-me a te cantar...

A meu frágil cérebro peço
conserve tua afeição...
Pois só a ti eu conheço
próximo da perfeição!...
 
Pinhal: - E Albino Moura, de Lisboa é o Poeta seguinte: http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/AlbinoMoura.htm

Poema “Menez”

Virou a esquina
e a paisagem era ali ao lado
branca
com figures
uma de cada lado
o guache manchou
o papel
e a tinta ficou azul
na finura
do traço
que se perdeu
no virar da esquina
da vida
Ali ao lado
ainda na tela
a pincelada escorreu
na assinatura
que ficou Menez..

Pinhal: - E de Lagos (Algarve) veio o nosso Confrade, Alfredo dos Santos Mendes http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/AlfredoMendes.htm

CANÇÃO NAVEGANTE

Compus uma canção, lancei ao mar!
Pedi-lhe humildemente que a levasse!
E em caso de procela a amparasse,
Para nenhuma estrofe se afundar!

Às estrelas pedi para a guiar,
Ao luar que o seu rumo iluminasse.
A Neptuno roguei, que não deixasse,
De a um porto seguro a acompanhar!

Eu sei que alguém espera esta canção.
Terá seu peito arfando de emoção,
P’ra ouvir a melodia, e seu cantar!

Meus versos, um a um recolherá!
Seu peito generoso se abrirá,
Para nele a canção se aboletar!

Pinhal: - A nossa Confrade,  Ana Ferreira dos Santos - Vila Nova de Gaia http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/AnaSantos.htm

Criança pássaro que voa

Criança, pássaro que voa
Nas asas soltas ao vento
És barco sem rumo, sem proa
Liberta, no pensamento.

O Homem fez-te sofrer
Por erros mal intencionados
É a tua esperança a morrer
Nos teus sonhos amedrontados.

O teu olhar está marcado
Pela dor de quem é humilhado
Numa guerra por entender de ódio e ambição.

Sufocas uma infância oprimida
Numa violência premeditada e desmedida
Que endurece o teu coração.

 

 Pinhal: - Arlete Piedade que chegou ainda a tempo, vindo de  Santarém: http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/ArletePiedade.htm
 
Ecos

O eco dos teus passos ainda ecoa
No saibro dos caminhos lá no jardim
Onde o teu coração se apoderou de mim
E minha alma ficou para sempre á toa...

A tua voz ressoa ainda no relvado
O teu riso, ficou marcado na minh’ alma
Esta saudade me tortura e não se acalma
A ânsia de te rever, oh meu doce amado!

Recordo a tua cabeça alva, reclinada
Procurando em meu peito, doce aconchego
Implorando de minhas mãos, a carícia...

Acreditei ser para sempre tua amada
Nos teus olhos, era tanto esse chamego
Mas afinal deste para outra, tal delícia...

Pinhal: - E vamos ouvir mais uma canção: Paulo de Carvalho em “O Meu Mundo Inteiro”. Palmas para este grande cantor português!

Todos te querem bem
mas tu não, mas tu não
todos te querem também
mas tu não, mas tu não
eu vou estar aqui, vou estar aqui
para quando tu
não quiseres ouvir
vou estar aqui, por ti…

Quando não tens ninguém
eu estou cá, eu estou cá
e quero-te também
tu não vês, tu não vês
eu vou estar aqui, vou estar aqui
para quando tu, não quiseres ouvir
vou estar aqui, por ti

(Refrão)
Eu não quero
eu não quero, ver o mundo inteiro
pronto a esquecer que tem alguém
que não tem tratado bem

E quando me vejo ao espelho
e pergunto-me
quando é que esse espelho vai sorrir, porque

(Refrão)
Eu não quero
eu não quero, ver o mundo inteiro
pronto a esquecer que tem alguém
que não tem tratado bem
.
E quando me vejo ao espelho
e pergunto-me
quando é que esse espelho vai sorrir,

Pra mim, pra mim
e pergunto-me
quando é que esse espelho vai sorrir
para mim

Refrão)
Eu não quero
eu não quero, ver o mundo inteiro
pronto a esquecer que tem alguém
que não tem tratado bem

Pinhal: - E vamos continuar com a Poesia, que está quase sempre ligada a boa música. E de seguida vamos apresentar, a Confrade, Carla Isabel Mota Carvalho, que veio de Oliveira de Azeméis. http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/CarlaCarvalho.htm

És o meu refúgio
 
Acordei de um sonho
Medonho
O amor tinha me deixado só
O meu sorriso estava enfadonho
Tudo me metia dó…
 
E eis que te vi
Deitado do meu lado
Com o sol a brilhar...
 
E aí percebi
Que sem ti
Não podia ser feliz...
 
És o meu porto de abrigo
O meu agasalho
O ombro onde choro
O meu sorriso...
 
Tu completas me...
Quero amar-te...

Pinhal: - E mais um Confrade: Carlos Lopes, do Porto:

Posso eu ser

Pode um rio nascer no meu peito,
E pela vida, correr sem leito,
Apenas para te encontrar,
E nessa foz que és tu, desaguar?

Pode uma flor brotar na minha pele,
Num desígnio de primavera sem fim?

Posso eu ser natureza, mar, margem ou vento,
Conter o sol nos meus olhos fechados,
Ou toda a lua no meu pensamento?

Posso eu ser um jardim por inventar?
Uma tela continuamente por pintar?
Palavra por falar?
Onda sem mar?

Posso eu ser poema para te cobrir,
Palavras para te vestir,
Ou simplesmente…
…poeta, para te sentir?
 
Pinhal: - Seguidamente, a nossa amiga, Cecília Rodrigues de Oliveira, de Azeméis http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/CeciliaRodrigues.htm  

Poesia . . .

És companhia...nas horas cruas
És harmonia nas tempestades
Nas intempéries apaziguas
Neste Planeta em desigualdades

Nas horas certas tu compactuas
Na paz de espírito nas Irmandades
Contigo a calma tem forma de luas
E o amor perdura por eternidades

Também és candura, alma e luz
És aquela estrela que me conduz
Nesta via láctea de tantos horrores

Abraço este esteio que me propus
E na tua palavra que me seduz
visto-me de sonhos, vislumbro flores

Pinhal: - A nossa Confrade, Edyth Teles de Meneses, que veio da outra margem do rio Tejo, ou seja, de Lisboa: http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/EdythMeneses.htm

Primavera

Ao nascer do sol as flores
com seus cheiros misturados no ar
fazem lembrar que chegou a Primavera.
É hora dos pássaros cantarem sem parar
e voltarem a amar, construir os ninhos
para mais tarde os seus filhos criar.
Ouve-se novamente o riso melodioso
das crianças a brincar na rua
nas tardes que estão a crescer.
Os velhotes voltam a ocupar os bancos
que dias atrás se encontravam desertos
para longas conversas recordando tempos passados.
Que lindas são as andorinhas de peito branco a voar
buscam alimento para a seus filhos não faltar
Adoro a Primavera e seus cheiros a emanar...

Pinhal: De seguida, o nosso amigo e Confrade, Euclides Cavaco, que divide seu coração entre Portugal e Canadá:  http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/EuclidesCavaco.htm  

FADO HILÁRIO

Reza a lenda que o Hilário
No Choupal se inspirava
Num excelso imaginário
Que sobre Coimbra pairava.

Dono duma voz brilhante
O fado em Coimbra cantou
Com alma de estudante
Que tanto o fado orgulhou.

O Hilário um dia ao ser
P’la guitarra acompanhado
Pensou do fado fazer
Seu próprio estilo de fado.

Ficou na história o fado
Com este nome lendário
P’ra sempre imortalizado
De Coimbra...O Fado Hilário.

Pinhal: - E outro grande amigo dos Confrades da Poesia, o Eugénio de Sá, que também veio da outra margem: Lisboa  http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/EugenioSa.htm  

Nossa flor

Já fui pau de cabeleira, estudante, reprodutor
Escrevi rimas de noticias, dei apoio a engenheiros
Desenhei caras e vícios, tudo sem grande fulgor
Experimentei a liberdade esculpida em cravos grosseiros

Dei amor e confiança a quem provou não merecer
Rompi sapatos já gastos em vãs procuras de sorte
Recebi dores e traições de quem não quis receber
Vagueei por esta vida não esperando mais que a morte

E eis que um vaso, um simples vaso
numa janela qualquer, despertou minha atenção
era um vazo como tantos, com rachas, num prato raso
mas dele brotava uma rosa, frágil flor aquele botão

E parecia bem tratada na terra que a acomodava
fresca a água que a regara, cujo escorrer se notava

Pensei então que essas mãos que bem tratavam a flor
poderiam ser aquelas que sem ser jovens e belas
saberiam dar amor a quem só viveu na dor
E a esperança encheu-me o olhar posto naquela janela

Pinhal: - A nossa Confrade que veio de Agualva Cacém, a  Felismina Mealha! http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/FelisminaMealha.htm  

A Palavra

Escrevo-a, pronuncio-a e …saboreio-a!
Grata, porque com ela me expresso,
me apresento, me digo…
Estendo-a no papel, digito-a,
Repenso-a, analiso-a,
Recomponho-a, medito…
Medito sobre ela, introspectivo-a.
Quero que seja inteiramente fiel ao que sinto!
Tem de ser absolutamente reflexiva
Do meu sentir elementar, profundo, total!
Só assim a reconheço, a valorizo!
Cada letra é uma criação que respeito
Que enalteço, que vivo!
Cada sílaba—uma pré construção da vida!...
Cada Palavra—uma Avenida…

Pinhal: - E a nossa querida amiga, Glória Marreiros, que veio de  Portimão. O nosso colega e amigo, Carlos Leite Ribeiro, pediu-me para ler esta mensagem: “Para a Gloriazinha, marido o Mário, Filhos e Neto e para a linda irmã Bernadete, os meus cumprimentos”. E vamos ouvir a Glória Marreiros!  http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/GloriaMarreiros.htm

SE...

Se um dia eu te disser: Vem ter comigo!
Deixas o bem-estar do teu castelo,
a mesa sempre posta, com desvelo,
a cama de veludo tão antigo,

a volúpia, sem par, do teu abrigo
com pinturas e tons de oiro amarelo,
as aias que te envolvem num anelo
e o sonho de não veres um perigo?

Se esse dia chegar, em céu-aberto,
e eu sentir teu aroma bem de perto,
o nada será brilho onde me inundo.

Minha voz fará eco sobre o monte,
dizendo ao firmamento que te conte
o prazer de eu ter vindo a este mundo.

Pinhal: - Da terra das saborosas alheiras, Mirandela, veio o Confrade, Henrique Pedro http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/HenriquePedro.htm  

A Felicidade, hoje em dia

A felicidade
Hoje em dia
Oh, que estranha poesia!
É um produto de consumo
Como outro qualquer

Que se compra a crédito
Como outras ilusões
E poderá ser pago
Em suaves prestações

No fundo
Nesta linguagem metafórica
Viver é conduzir o corpo
Cumprindo os códigos da estrada
E da vida

Mais importante será manter o corpo
E o espírito
Bem oleados
E o melhor óleo para o efeito
Se chama amor

Depois
É só seguir em frente
Por nós adentro
E talvez encontremos Deus
Numa curva do caminho
 
Pinhal: - Um grupo de Confrades organizou-se para recrear a canção que foi tão bem cantada pelo saudoso, José Afonso "Vampiro". Palmas para estes 9 amigos!

No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas pela noite calada
Vêm em bandos com pés de veludo
Chupar o sangue fresco da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [bis]

A toda a parte chegam os vampiros
Poisam nos prédios poisam nas calçadas
Trazem no ventre despojos antigos
Mas nada os prende às vidas acabadas

São os mordomos do universo todo
Senhores à força mandadores sem lei
Enchem as tulhas bebem vinho novo
Dançam a ronda no pinhal do rei

Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

No chão do medo tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos na noite abafada
Jazem nos fossos vítimas dum credo
E não se esgota o sangue da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

Pinhal: - E vamos continuar com Poesia e com Isabel Rodrigues, de Fernão Ferro http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/IsabelRodrigues.htm  

QUERO CANTAR

Quero cantar ser alegre
Que a tristeza não faz bem
Eu nunca vi a tristeza
Da alegria a ninguém

   Para ser feliz na vida
   Era isto que eu diria
   Deixar de lado a tristeza
   Valorizar a alegria

Deixar de lado a tristeza
Valorizar a alegria
Para ser feliz na vida
Era isto que eu diria

   Ser alegre e bem-disposto
   É receita milagrosa
   Afastar a escuridão
   E pôr lentes cor-de-rosa

Afastar a escuridão
E pôr lentes cor-de-rosa
Ser alegre e bem-disposto
É receita milagrosa.
 
Pinhal: - O Confrade Isidoro Cavaco, que veio de Loulé, em: http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/IsidoroCavaco.htm  

MENDIGO

Sem ter de Deus a luz, ou uma graça,
Um pobre numa esquina a mendigar,
Fica triste sozinho a ver quem passa,
Mendigando um carinho, ou um olhar…

Porque todos ignoram a desgraça,
Ninguém vê os seus olhos a chorar!...
É como folha morta que esvoaça,
Em noite sem estrelas nem luar.

Mas eis, que o seu olhar ganhou esp’rança,
Quando as suaves mãos de uma criança,
Afagaram a face do velhinho,

Que ajoelhou, dizendo em voz dorida:
-Foi a única vez, que em toda a vida,
Alguém me deu, um gesto de carinho!

Pinhal: - De seguida, Jorge Humberto, de Stª Iria Azoia http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/JorgeHumberto.htm  

TUA LINDA MÃO

Se almejar paz e basta saúde, pra mim,
Não é pedir demais nem ser egoísta,
Então que venha de lá, palhaço ou trapezista,
Para que no fim, possa ser feliz, assim.

Nunca fui de pedir muito, sofri
Que nem um desalmado, sem casa ou abrigo;
E, eras tu, afinal, quem estava comigo,
Quando me julgava só, e só não estava…eu bem vi.

Não anseio senão caminhos, nunca vistos;
Ter plena força, para alevantar novos poemas;
E mi alma, não mais triste, nas vogais, dos fonemas,

Sempre resistir, aos desvarios, dos malquistos…
Já adormeceu, meu persistente coração,
Na procura momentânea, de tua linda mão.

Pinhal: - O nosso Confrade, José Carlos Moutinho, da Maia  http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/JoseMoutinho.htm  

Rio Tejo

Tu que vens de tão longe,
Pequeno, quase criança,
Deslizas, crescendo pela avenida do teu leito,
Ladeado pelas alamedas,
Verdejantes, arborizadas e floridas
Das margens da tua vida,
Tornas-te adulto,
Mais maduro e belo,
Quando os raios solares,
Reflectem no teu corpo,                     
És romântico com o luar,
És sereno quando queres,
Turbulento, quando te provocam,
Podes ser a alegria e a morte,
Exiges respeito!

Não corras tão depressa,
Porque vais perder-te no mar

Um dia, recusaste-me,
Nas águas do teu ventre,
Devolveste-me à vida,
Toleraste a minha inocência!

Tens a grandeza da tua autoridade
Serás eternamente importante
Marcaste a minha vida
Meu Rio Tejo
 
Pinhal: - Da outra margem, veio Lauro Portugal (Lisboa) http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/LauroPortugal.htm  

Homens bonitos

Obcecado por tua catadura,
O que te fez perder a auto-estima,
Jogaste com o destino franca esgrima
Por uma migalhinha de ternura.

Foi teu azar viveres numa altura
Em que as mulheres – isto não te anima –
Olhavam como sol e obra-prima
Homem louro, Apolo em formosura.

Hoje são negros, magros, narigudos
Que têm de dizer-lhes: “Calma! Esperem!”,
Ou baixotes, carecas, barrigudos.

Feios, enfim, Bocage, elas preferem,
Que os bonitos, segundo alguns estudos,
Não lhes conseguem dar o que elas querem.

Pinhal: - Chegou a vez de ouvirmos, Lili Laranjo, que veio de Aveiro, a quem muitos chamam a “Veneza de Portugal)

Coragem

Afinal o que é coragem?
Coragem palavra forte
Valente e guerreira
Palavra que
Sentimos no peito
E temos a certeza
Que coragem
É valentia...
Mas muitas vezes
Me interrogo
E será que é?
Coragem
É não virar as costas
É seguir em frente
Sem medos
Sem pensar nos obstáculos...
Mas pensando sempre
Que coragem
É Sempre
Sinónimo de Conseguir.

Pinhal : - A nossa Confrade, Liliana Josué, de Lisboa! http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/LilianaJosue.htm  

Afastamento

Gostava de escrever o mundo
e cantá-lo ou chorá-lo
mas estou muito eu…
egoisticamente eu…
desesperadamente eu!
Quero estar comigo,
desenraizar-me deste lugar
e seguir não sei para onde.
Tudo em mim se desprendeu
deste ponto do universo.
Eu sei que nada está bem
que me estou a abandonar.
Escrevo um último verso
na despedida de mim e
talvez me encontre no fim…

Quem sabe… ?

Pinhal: - Apresento o Luís Mota Filipe – Lisboa http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/LuisMotaFilipe.htm  

LEMBRANDO UM OUTONO

O Outono chegava,
Trazendo consigo as marcas da saudade,
Do outro Outono que passou,
Desse tempo que acabou,
E que nunca mais voltou.
Mas este Outono,
Trouxe também recordações,
Dos momentos vividos na escuridão,
Em que da noite se fez dia,
Apenas com a chama da paixão.
Este frio que se aproxima,
E o sol que não me aquece,
Deixam em mim as lembranças,
De um amor que não se esquece.
 
Pinhal: - O Confrade, Manuel Carvalhal, de Évora, no seu sonho… http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/ManuelCarvalhal.htm  

Sonho de Marinheiro

Na vida do Mar
O dia mais lindo
Foi quando a sonhar
Já te estava ouvindo
Dizer maravilhas
Sem ter navegado
Com tão lindas Ilhas
Ali ao meu lado
No Cais atracado
AS Mulheres Bonitas
Já tinham esperado
As Fardas benditas
As mantas de sêda
Com tão longas fitas
Marujo com "trêtas"
A fazer conquistas
Nos Bares e nas Docas
Cervejas e vinho
Carinhas larocas
A dar-me Carinho
Ali ao Cantinho
Uma Mulher chorava
Pelo Marujinho
Que não regressava
Com isto acordava
Dum Sonho tão Lindo
Já não vi mais nada
E fiquei Sorrindo!
 
Pinhal: - E chegou um momento alto desta Gala: a grande cantora Marisa, em "Melhor de Mim"!

Hoje, a semente que dorme na terra
E se esconde no escuro que encerra
Amanhã nascerá uma flor

Ainda que a esperança da luz
Seja escassa
A chuva que molha e passa
Vai trazer numa gota amor

Também eu estou
À espera da luz
Deixo-me aqui
Onde a sombra seduz

Também eu estou
À espera de mim
Algo me diz
Que a tormenta passará

É preciso perder
Para depois se ganhar
E mesmo sem ver
Acreditar!

É a vida que segue
E não espera pela gente
Cada passo que dermos em frente
Caminhando sem medo de errar

Creio que a noite
Sempre se tornará dia
E o brilho que o sol irradia
Há-de sempre me iluminar

Quebro as algemas neste meu lamento
Se renasço a cada momento
Meu o destino na vida é maior

Também eu vou
Em busca da luz
Saio daqui
Onde a sombra seduz

Também eu estou
À espera de mim
Algo me diz
Que a tormenta passará

É preciso perder
Para depois se ganhar
E mesmo sem ver
Acreditar!

É a vida que segue
E não espera pela gente
Cada passo que dermos em frente
Caminhando sem medo de errar

Creio que a noite
Sempre se tornará dia
E o brilho que o sol irradia
Há-de sempre nos iluminar

Sei que o melhor de mim
Está para chegar
Sei que o melhor de mim
Está por chegar
Sei que o melhor de mim
Está para chegar
 
Pinhal: - E da longínqua localidade de Chaviães (Melgaço) veio a nossa amiga, Maria Alberta Domingues!  http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/MariaAlbertaDomingues.htm  

Eu gosto das monitoras

Eu gosto das monitoras;
Tenho-as no coração;
Estão sempre ao nosso lado;
Para nos deitar a mão.

Elas deitam-nos a mão;
Tem uma boa atitude;
Que Deus lhe dê alegria;
E também muita saúde.

Raparigas do meu tempo;
Gosto muito de vos ver;
Dai-me sempre um sorriso; (Bis)
Enquanto eu cá estiver.

É minha forma de vida;
Eu tenho uma vida assim;
Eu trago-vos alegria;
Vós dais-me alegria a mim.
   
Amigas, minhas Amigas;
Rapazes que aqui estais;
Com a vossa amizade;
Da tristeza me safais.

 
Pinhal: - De seguida vamos ouvir, Maria José Lacerda, de  Lisboa: http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/MariaJoseLacerda.htm  

Caminho...caminho...

Caminhando...
Pela sombra dos meus passos
Penso, faço e desfaço figuras no vento
A cada momento vivido assim...
Caminhando...
Pelo silêncio de mim
Buscando em cada pedaço,
Nas figuras que faço e desfaço
Encontrar os sonhos em mim...
Caminhando....
Eu e os meus passos
Sem rumo, nem destino
Percorrendo um e outro caminho...caminho...

Pinhal: - O Mário Barradas, que não vai morrer de pé, veio daqui perto, do Seixal - http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/MarioBarradas.htm  

Morro, Mas Morro de Pé

Navego,
Navego pelos meus sonhos
Como se fossem sempre os últimos,
Como se acabasse naquele momento
A minha vontade de viver.

Mesmo naqueles dias em que não estou bem comigo mesmo
Penso naqueles de quem mais gosto.
A família e os meus três grandes amigos
Que sei que um dia me hão-de ver partir
Para melhor? Para pior?
Não sei. Não imagino. Não perguntarei.

Quero que a minha vida seja
Uma luta contra aquilo que está errado,
Uma cantiga de amor para os meus amigos,
Uma cantiga de amigo para os meus amores.
Se viver mais do que aquilo que devo,
Então morro.
Morro, mas morro de pé.

Pinhal: e a nossa querida amiga, Natália Vale, a quem o amigo Carlos Leite Ribeiro chama a “A Dama de Leça do Balio)! http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/NataliaVale.htm  

“MEU DEPOIMENTO DE POETA”
Natália Vale
(Portugal)
.
Nestas linhas exponho,
Um depoimento prestado,
Num dia enfadonho,
E que deu mau resultado…
.
À poesia jurei,
Ser fiel e companheira,
Hoje vejo que errei,
Já que perdia a veia…
.
Penso, repenso e volto a pensar
Como meu juramento cumprir?
É tarde para com a palavra retornar,
E sair dela a fugir…
.
Por isso continuo a escrever,
Deixando para a eternidade,
Algo que se possa ler,
E lembrar-me com saudade!.

Pinhal: E vamos chamar, Nogueira Pardal,  que veio Lisboa: http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/NogueiraPardal.htm  

O SILÊNCIO DO POETA
 
Tudo sonhei e nada construí,
Tudo inventei e não inventei nada,
Tudo quis e perdi, sorte malvada,
Ou sorte do poeta que nasci.

Sonhei poemas, nunca os escrevi,
Sonhei amores, nunca tive amada,
Sonhei a vida na desesperada
Esperança de viver, e não vivi.

O ser poeta é este triste fado
De viver e morrer amargurado
Em busca do soneto nunca escrito?
 
Ou ser poeta, é inventar a dor
De viver da saudade e do amor
Cantando o que se cala num só grito?
 
Pinhal: Veio de Agualva (Cacém), onde já começa a cheirar a Sintra: connosco, Paulo Taful http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/PauloTaful.htm

Pó, eu!

Sou do campo,
Vejo-me da serra
Misto de mim
Em gosto atravessado
De pedras e liós.
Rochas arrancadas
Com mãos de lenha,
Em uivos de largada
Quando o sol se põe.
Sou para além de mim
Ser pequeno, esculpido fruto,
De outros beijos e gritos,
Mármores e pó.
Sou do campo,
Vejo-me na pedra,
Companheira inseparável,
Mármores, liós,
Rochas, pedras e pó.

Pinhal: - O nosso Confrade, Quim d’Abreu, do Laranjeiro!

Eternidade

Que nunca tanto uns olhos choraram
Nem mesmo um coração ainda que forte
Tantas e tão sentidas dores suportou;
Que só entendem o amor os que já amaram
Aqueles que só esquecerão pela morte
O que esquece em vida quem nunca amou.
Que nunca as lágrimas foram tão sentidas
Nem tão bem mostraram no rosto magoado
A imagem triste duma alma torturada;
Que só há solidão nas almas abandonadas
Ao destino de quem nasceu malfadado
Para jamais ter a felicidade desejada.
Que nunca o poeta sentiu na mão a dor
Gerada no cansaço de tanto escrever
Sobre o que da vida se não vê mas sente;
Que não haverá nunca Primavera sem amor
Nem a mais simples flor ao amanhecer
Deixará de o inspirar e ser eternamente.

Pinhal: Daqui perto chegou o Rogério Pires (Seixal)  http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/RogerioPires.htm  

Amigo

Quantas vezes te vi só e não fui capaz de te amparar.
Quantas vezes procuraste um abraço e eu não to soube dar.
Perdoa-me meu amigo. Era cego, agora eu sei.
Não notei que choravas. Não reparei nas lágrimas nem nos prelúdios de dor.
Quando ausentaste as palavras não te soube escutar nos silêncios.
Quando infeliz te refugiaste nas sombras da tristeza eu já não te alcancei.
A noite desceu sobre ti.
Secou os caudais que derramavas, só, nas longas noites de aflição.
Encontrei-te então; mas mais não eras que um muro de solidão.
E partiste. Partiste naquela viagem da qual não se consegue regressar.
De que me servem agora os abraços que nunca te cheguei a dar?
As lágrimas que derramo por não ter notado a tua aflição?
Perdoa-me amigo. Era cego, agora eu sei.
Desculpa-me pelas lágrimas que não te soube enxugar.
Por todas as vezes que tu me disseste “fica” e eu abalei.
 
Pinhal: - A amiga, Rosa Guerreiro Dias veio de Lisboa!  http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/RosaDias.htm  

EM ONDA DE

Olhem esta Rosa atrevida
Numa "Londres" de encantar
Passando despercebida
Em sua moto a voar

O Dias preocupado
De a ver de motorizada
Dizia, Rosa cuidado
Tens o livrete? olha a estrada

Mas ela que nada ouvia
Por vias do capacete
Mais gargalhava e corria
Sem se lembrar do livrete

E como quem foge á policia
Sem disso se aperceber
Achou isto uma delícia
Que jamais irá esquecer

Verdade?
A moto a alegria
O estar em Londres também.

Tudo o mais foi fantasia
Uma história que eu inventei

Pinhal: - Foi das primeiras a chegar, mas chegou a sua vez: Sara Costa, de Corroios (Seixal)  http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/SaraCosta.htm  

ALENTEJO

Eu gosto do pôr-do-sol
Sentir a doce poesia
Que no meu querido Alentejo
É o pôr de cada dia
E o trigo, verde loirinho
Que se desfaz em espigas
E com a cevada bem misturada
Mais umas cantigas
Farinha amassada
De suor tão regada
Com dedicação,
Assim se produz
Na minha terra o nosso pão
Minha terra pequenina
Que és meu berço
Quanto me lembro de ti
Um dia eu voltarei
E meu corpo te darei
Á terra que guarda tudo
Mas chegado o fi m do mundo
Em ti eu reviverei.

Pinhal: - De uma das mais belas cidades de Portugal, estamos a falar de Sintra, temos a amiga Susana Custódio!  http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/SusanaCustodio.htm  

O NOSSO ESPAÇO

Surgiste qual génio da lâmpada
Em letras finas me contactaste
Deste lado sentia-me aconchegada
Respondendo a tudo que perguntaste

O tempo foi passando e não foi em vão
Ambos semeámos uma linda seara
Durante esse fictício quente Verão
Coisa que já vai sendo muito rara

Soltaram desejos no nosso peito
Ambos desejámos o trigo colher
Para tal levámos a efeito
O nosso espaço para nos acolher

É aí que entre grandes e loucos beijos
Os nossos corpos se entrelaçam
Dando largas a estes desejos
Fogo e loucura total nos amassam

Libertamos o néctar desejado
A qualquer hora do dia ou noite de luar
Neste espaço por nós idealizado
Fundimos os corpos no verbo amar
 
Pinhal: O grande Escritor, Tito Olívio deu-nos a honra de colaborar nesta Gala Virtual. Veio de Faro  http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/TitoOlivio.htm  

O ABRAÇO AZUL

Não pode ser azul um terno abraço,
Nem de nós está longe quem amamos,
Se o vento nos lembrar e nos lembramos
Que já fomos azul no mesmo laço,
Na descorada cor da mesma boca,
No quente entrelaçar das mesmas coxas,
No abandono total das almas frouxas,
Na fome de mil beijos sempre pouca.

Não pode ser azul. Se for desejo,
Se for carinho e for também amor,
Poderá ser abraço ou ser um beijo,
Mas não será azul, pois não tem cor.
 
Pinhal: - O nosso Confrade, Vitalino Pinhal que veio de  Sesimbra http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/VitalinoPinhal.htm  

Prova de vida

provado está que a vida é curta e bela
mas que se morre um pouco em cada dia
não queiras tu sem querer dar cabo dela
não discuta sorria.

queiras ser indulgente e confiante
seja a própria justiça quem te guie
e quando veres errar teu semelhante
não critique auxilie.

sejas calmo sereno recto e bom
faz da amizade a base o alicerce
tenta da tua voz não alterar o tom
não grite converse.

ponha o caso em si sempre que possa
deixe falar quem fala nem repare
e ouvindo a consciência amiga nossa
não acuse ampare.

Pinhal: - E temos o Zé Albano de Lisboa! http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/ZeAlbano.htm  

O FADO É DA HUMANIDADE

O seu berço é Lisboa

F alando em versos à toa
A nima quem por ali passa
D ando o ar da sua graça
O destino tem a sua voz

É  assim para todos nós

Dá-lhe a alma em canção
Animada com o coração

Hostilidades de uma vida
Um adeus na despedida
Manifestam-se no canto
Aumenta-lhe o encanto
Nas vielas ou junto ao Tejo
Invoca sempre um desejo
Desviado pela fortuna
Afinado em vida noturna
Da letra e voz de quem canta
Espelha o mundo que encanta

Pinhal: quase a terminar esta Gala, temos a Zezinha Fraqueza que veio de Fuseta (Algarve)  http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/ZezinhaFraqueza.htm  

Retalhos do meu sentir

ESTE MEU CORAÇÃO
Quando meu coração parar…
Não deixarei de amar!
No meu coração… há sempre um lugar
Quando quero fechar o meu coração
Não posso!
Quando quero deixar
De sentir a desgraça…
Não! Não posso fechar o coração!
Quando quero viver em paz,
Quando penso no que tu me dás
Não posso fechar o coração!
Quando penso na pobreza
Quando quero ajudar o ser humano
Não! Não posso parar o coração!
Mas posso abrir a mão!
Quando penso que há lares sem pão
E passarinhos na gaiola…
Sem liberdade…
Não! Não posso abafar o grito!
Meu bendito coração!
Na minha alma há um conflito…
Quando penso na falsa caridade
E nas crianças indefesas…
E nas que pedem esmola, porta em porta…
Não! Minha alma não se conforta !
E meu coração se abre…
Não ! Não posso fechar o coração!
Meu coração tem cadeado!
É sempre um coração apaixonado!

Pinhal Dias: - E esta Grande Gala vai terminar com a querida cantora, Ana Moura cantando “Dia de Folga”. Aplausos!
 
Manhã na minha ruela, sol pela janela
O senhor jeitoso dá tréguas ao berbequim

O galo descansa, ri-se a criança
Hoje não há birras, a tudo diz que sim

O casal em guerra do segundo andar
Fez as pazes, está lá fora a namorar

Cada dia é um bico d’obra
Uma carga de trabalhos faz-nos falta renovar
Baterias, há razões de sobra
Para celebrarmos hoje com um fado que se empolga
É dia de folga!

Sem pressa de ar invencível, saia, saltos, rímel
Vou descer à rua, pode o trânsito parar

O guarda desfruta, a fiscal não multa
Passo e o turista, faz por não atrapalhar

Dona laura hoje vai ler o jornal
Na cozinha está o esposo de avental

Cada dia é um bico d’obra
Uma carga de trabalhos, faz-nos falta renovar
Baterias, há razões de sobra
Para celebrarmos hoje com um fado que se empolga
É dia de folga!

Folga de ser-se quem se é
E de fazer tudo porque tem que ser
Folga para ao menos uma vez
A vida ser como nos apetecer

Cada dia é um bico d’obra
Uma carga de trabalhos, faz-nos falta renovar
Baterias, há razões de sobra
Para a tristeza ir de volta e o fado celebrar

Cada dia é um bico d’obra
Uma carga de trabalhos, faz-nos falta renovar
Baterias, há razões de sobra
Para celebrarmos hoje com um fado que se empolga
É dia de folga

Este é o fado que se empolga
No dia de folga!
No dia de folga!
 
Pinhal: E assim terminou esta Grande Gala dos Confrades da Poesia. Agradecendo a todos que nos acompanharam, vamos passar a emissão para o Carlos Leite Ribeiro, que está na Rádio da Marinha Grande. Até nova oportunidade!
Carlos: - Tivemos o prazer em transmitir para todo o mundo esta Grande Gala. O nosso programa vai continuar com um bloco informativo…
 
Formato de Carlos Leite Ribeiro – Marinha Grande – Portugal
 
 
Livro de Visitas do Portal CEN - "Cá Estamos Nós"
 
 
 

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